quarta-feira, 16 de setembro de 2015

... com o passar dos dias, a sua perplexidade parecia aumentar diante do quadro dantesco que via pintado e que sua análise lhe permitia. A degradação humana,principalmente na parte comportamental, se dava em todos os níveis e o mais estarrecedor, era o que o exemplo perigosamente, estava vindo de cima. Era alarmante constatar que em muito pouco tempo perderíamos a capacidade de distinguir o que era ético e legal das falcatruas que se acumulavam num ritmo avassalador. O corporativismo assolava o país em todos os seus níveis. Como exemplo, uma das coisas mais comuns, eram as notícias veiculadas pela grande imprensa, outra incontestável prova desse pacto lesivo, eram as veiculações dessas ações, mas revestidas de uma forma quase que até subliminar de que essas ações eram quase que normais no âmbito da política e esse corporativismo, já assolava o país em todos os segmentos da vida nacional. essas ações estavam lesando de morte o país, através de ações espúrias contrariando tudo como qual tinham se comprometido durante as suas campanhas eleitorais. Sobre esse tema, cabe aqui um capítulo à parte. Para um espectador que não estivesse em contato com a realidade do país, as promessas de campanha, as propostas de soluções para os nossos problemas econômicos e sociais, eram verdadeiras descobertas da pedra filosofal. No entanto, o que se via, era um conjunto de ações nocivas e fraudulentas contrárias a tudo o que se apregoava durante o processo eleitoral e a inércia das pessoas diante desa situação caótica, era assustadora. Perigosamente, ninguém se escandalizava com mais nada.Aceitava-se tudo passivamente. Conceitos que até bem pouco tempo sequer mereciam qualquer tipo de contestação como honestidade, ética, decoro entre outros, passaram a ser sinônimos de coisas há muito ultrapassadas e em desuso nessa nova ordem. As perspectivas para um futuro mais próximo, eram as mais nebulosas que se podia imaginar. A nova ordem era a de "ser experto", não importando o custo para se alcançar as coisas. Repentinamente uma ideia lhe veio à mente e foi se desenvolvendo como que naturalmente. Ele tinha criado um "superherói" para combater todo e qualquer tipo de injustiça e essa ocasião era mais que justificada para a intervenção deste personagem. O país caminhava vertiginosamente para uma situação de descalabro. A possibilidade de perda do controle sobre as ações lesivas que a classe política empreendia o dia à dia do país, pintavam com cores macabras o futuro do nosso país. Apesar de ter consciência de que o seu personagem tinha como foco de atuação, um universo totalmente diferente daquele com que estava envolvido no momento. A partir da decisão de mudar o seu foco, passou a compilar cuidadosamente tudo que vinha sendo publicado na midia, apesar dos "filtros" que sabia existir, já que os veículos de massa compactuavam de forma até indecente com esse quadro. Na verdade o país estava sangrando de morte e algo urgente tinha que ser feito, ou pelo menos tentado. Escandalizado com o material coletado, aliás fartíssimo, acabou optando por ações visando o combate à pirataria política. Esses corsários contemporâneos, guindados aos seus cargos através de processos legais, em algumas ocasiões quando decoro ou melhor, a falta dele, chegava a níveis fora de controle, tinham contra si, algum processo,ou investigações, ações essas empreendidas por seus pares, revelava um cinismo sem precedentes, porque era perfeitamente previsível o resultado das tais investigações. Esses crimes acabaram sendo "batizados" como crimes do colarinho branco. Na realidade, as tais investigações, intituladas de CPI, comissão parlamentar de inquérito, se tratavam de ações paliativas mais com o intuito de dar uma satisfação à opinião pública, onde passariam a ideia de que algo estava sendo feito, o que na verdade era um puro engodo e que acabava opor conseguir aplacar o fúria do público. Sentia-se impelido por sua consciência, na obrigação de tomar uma posição. Nos dias que se seguiram, remoía em seu íntimo essa expressão "crime do colarinho branco" de uma forma tão repetitiva, a ponto de plasmar isso no seu inconsciente. Finalmente acabou cedendo àquela incontrolável obsessão. Combateria de todas as formas possíveis e que estivessem ao seu alcance, os criminosos engravatados, o grande flagelo do país...

LC OLIV