O Surgimento de Eice
Como todo louco que se preza, o nosso Eice tem dificuldades para dormir, uma vez que em lugar de descansar, ele reserva esse tempo para pensar, quando desenvolve teorias mirabolantes, elabora teses, lê, treina oratória e dicção, escuta música, dando ênfase paa as árias, por sinal as suas prediletas.
Ultimamente tem demonstrado uma certa preocupação com o fato de estar gostando muito dos réquiens. Talvez um desejo inconsciente de desfrutar experimentos em outras dimensões. Em alguns momentos ele acredita que os réquiens são na verdade catalisadores catárticos que podem amenizar as suas angústias cotidianas e também por estar numa constante busca por respostas que possam se não alterar o rumo de sua vida, pelo menos explicar certas peculiaridades e a procura não fica restrita a esse plano que ele costuma classificar de uma forma pejorativa de puramente cartesiano.
Revisa todas as suas posturas diárias, requestiona tudo e a todos e, quando se dá conta, já está na hora de se levantar para o início de mais um capítulo da sua "imperdível vidinha de formiga".
Já a caminho do trabalho e convencido de que vai se sentir deslocado no seu dia à dia, é acometido de um desejo quase que incontrolável de rotornar para a sua casa, já que é lá que se dedica febrilmente a algo que reputa como a atividade mais importante de um ser humano, o livre pensar.
Ao longo destes anos e de repetidas insônias, convenceu-se de que na realidade não necessitava de sono e sim de repouso.
As pessoas mais próximas tentaram, sem êxito, alertá-lo para os riscos que correria ao longo do tempo, com a falta de um sono regular e reparador.
Mencionaram a necessidade de que todos temos de dormir, para a produção de alguns hormônios muito importantes para o organismo e que só são secretados durante a vigília.
São aqueles da família "nina", melanina, serotonina e outros "ninas".
De uma certa forma acabou se convencendo com os argumentos dos amigos e preocupado com o quadro, procurou orientação médica.
Inicialmente foram receitados medicamentos para conter ou diminuir os níveis de ansiedade, que no nosso personagem, para variar, eram extremamente altos.
Os resultados foram praticamente nulos, o que provocou uma nova visita ao médico. Este em função do relatado pelo "paciente impaciente", acabou prescrevendo aquelas "bombas" que costumamos chamar de medicação de tarjas pretas.
Num paciente normal, as coisas tenderiam a caminhar para uma certa normalidade. Mesmo não resolvendo o problema, as tais "bombas" mascarariam a patologia e ele dormiria.
Como dissemos isso seria o corriqueiro num paciente normal, mas no nosso Eice, a coisateve um resultado bombástico e, de certa forma, difícil de se entender e mais ainda de se explicar
Muito bom!
ResponderExcluirMuito bom. A forma de apresentar o personagem e seu perfil psicologico.
ResponderExcluirMuito bom, texto! vamos aguardar novos capitulos!!
ResponderExcluirEita
ResponderExcluirMe vejo numa mesma situação,mas ainda não estou tomando nenhum desse medicamentos pois me considero normal e considero esses medicamentos forte demais que ao invés de ajudar ira piorar algum outro quadro clínico
Eice, um eterno erudito em busca de respostas na sua "vida de formiguinha".
ResponderExcluirUm pensador contestador que exercita a autocrítica. A história de Eice tende a ficar cada vez mais interessante!
Por um instante,pensei estar num divã contando para você algo da minha vida...interessante...
ResponderExcluirGostei muito!
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