Finalmente o grande dia tinha chegado. Após uma noite entrecortada por períodos de vigília e de muita apreensão, amanhecera.
Demorou um pouco mais que o habitual no chuveiro como se quisesse se exorcizar da ansiedade que estava sentindo. Após escolher meticulosamente a roupa que usaria, desceu para uma frugal refeição numa restaurante próximo, já que a ideia de comer algo num lugar coabitado por baratas, não foi muito animador.
Após o desjejum e de posse do endereço, acabou por chamar um táxi. Ao dizer o endereço para o motorista, viu através do espelho retrovisor, uma expressão um tanto jocosa por parte do condutor, que dava claros sinais de que sabia perfeitamente do que se tratava. Mais um daqueles turistas idiotas que muitas vezes atravessavam distâncias imensas, pelo simples e incontrolável prazer de visitar a Mansão Wayne. Os tolos realmente acreditavam na existência do Homem Morcego.
Desembarcou e ficou acompanhando com um olhar de desdém para o carro que se afastou rapidamente. De frente para a mansão, sentiu-se minúsculo tamanha a imponência da construção. Uma enorme fachada em estilo vitoriano, contrastando com tudo o que tinha visto até então naquela estranha e fascinante cidade.
Timidamente tocou a campainha e não demorou muito, para que uma voz grave lembrando um barítono, perguntasse de forma impessoal quem era. Ele prontamente se apresentou e mencionou o motivo da visita, uma entrevista.
Pouco depois um sujeito alto e corpulento com passos pesados, desceu lentamente a interminável escadaria em sua direção. Ao abrir o enorme portão de ferro forjado e adornado com cabeça de leões, pode ouvir um rangido estranho que o fez lembrar dos filmes de castelos mal assombrados. Uma ligeira fisgada no estômago e uma pressão sobre o diafragma fez com que puxasse o ar com certa dificuldade e foi com um fio de voz que se anunciou novamente. Com um assentimento de cabeça, o gigante o conduziu em direção àquele estranho monumento conhecido mundialmente por Mansão Wayne.
A cada patamar da escadaria, dos dois lados, enormes vasos decorados com estranhas figuras, que para ele pareciam seres mitológicos e contrastando com essa sisudez, graciosas e coloridas flores. Chegando ao final, deparou-se com uma porta gigantesca de ferro e vidro, com toques de barrocos e florais. O seu acompanhante abriu e o com uma certa cerimônia o introduziu num amplo hall.
Foi deixado esperando enquanto era anunciado. Não demorou muito veio ao seu encontro um senhor vestido com extremo bom gosto, cabelos penteados com fixador e óculos de aros. Ele estava diante do inconfundível Alfred. Ele o recebeu e o conduziu para uma sala de estar ao mesmo tempo grande e aconchegante, mantendo a elegância e a formalidade, retirou-se a fim de anunciá-lo.
Enquanto esperava, foi servido por Alfred por uma enorme bandeja onde tinha além de um café extremamente cheiroso, uma grande variedade de petit four. Alguns minutos depois, o elegante valet retornou e o conduziu ao seu destino final. Sentiu uma descarga elétrica na região do estômago estava a caminho da emblemática Bat Caverna. Foram minutos de muito excitação e quando chegou ao final do trajeto, lá estava a mundialmente conhecida e intrigante figura do Homem Morcego, vestido com a sua indumentária que lhe ocultava todas a s suas feições, deixando somente à vista um par de olhos argutos que o examinaram da cabeça aos pés...
LC OLIV
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