quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Finalmente tudo estava devidamente arranjado e agora Eice se sentia pronto para inciar a grande aventura da sua vida. A sua missão estava traçada, o seu grande desafio estava ali bem claro, o pensamento interagindo com a ação... Em várias épocas da história da humanidade sempre surgiram grandes teóricos preconizando mudanças, mas estes nunca estiveram realmente envolvidos nos processos de efetivação destas idéias. Com o Eice não, ele teria a grande honra de ser como um pioneiro no sentido de materializar através de atos, conceitos há muito tempo cristalizados nas pessoas, mas como teoria e nunca como um foco de ação. Passados alguns dias em que se dedicou febrilmente a finalizar tudo o que estava pendente, e já de posse de sua indumentária, ele se prepara para a sua primeira incursão já não mais na condição de mero observador, mas para interferir no processo. Excitado pelo que estava na iminência de vivenciar, foi tomado como de assalto por um pensamento que insistia em se manifestar em seu inconsciente e que ele sem saber porque, despistava sempre que podia, como se quisesse ignorá-lo, parecia um mecanismo de proteção do seu inconsciente. Desta vez ele aflorou de uma forma muito forte e o Eice foi obrigado a render-se. Essa idéia ou o quer que fosse, começava com uma afirmação que tinha muito a ver com a sua forma pouco ortodoxa de enxergar o seu mundo. O espaço ou o “gap” gerado no exato momento da projeção da luz sobre a sombra, cria uma lacuna insondável na região limítrofe existente entre a ciência e o misticismo. Para o nosso personagem trafegar entre esses dois extremos sempre foi um irresistível convite e conhecer estas misteriosas fendas era uma de suas fascinações. Toda vez que lia algo com teor ficcional onde as pessoas viajavam no tempo, invariavelmente estes deslocamentos se davam em direção ao futuro. Já para ele, o que o instigava, era a volta ao passado para reviver situações e fatos que de alguma forma marcaram a sua vida. A volta no tempo e com interações, era para ele algo bucólico, nostálgico e mágico, uma vez que alterar rumos de fatos consolidados com a possibilidade de novas alternativas o fascinavam. A idéia de explorar coisas inéditas, viver e reviver situações fora dos contextos ordinários, entrar em novas dimensões do comportamento humano, sempre foram sonhos cultivados secretamente em seu íntimo. Tentar entender com uma visão diferenciada o irreal ou o ilógico, era algo incontrolável e sentia-se arrastado nessa direção. Imaginar novos horizontes que pudessem se contrapor a conceitos cristalizados e que de alguma forma eram pouco convincentes era apaixonante. Com essas idéias poucos claras devastando o seu interior que já estava alteradíssimo, ele se prepara para vivenciar a sua primeira grande aventura...

Nenhum comentário:

Postar um comentário