sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

...Pelo menos naquela noite não dormir não seria para ele um problema, pelo contrário seria estimulante e gratificante.
Afinal algo que vinha consumindo toda a sua atenção nos últimos tempos, tinha acabado de acontecer e agora uma nova realidade se delineava no seu horizonte.
Finalmente deixaria de ser uma medíocre formiga.
Novas e desconhecidas trilhas estavam surgindo em sua vida e ele certamente iria explorá-las e tais ações fariam dele uma superformiga.
Envolto nesses pensamentos e sentindo os efeitos da grande descarga de adrenalina que a sua primeira expedição tinha produzido em seu organismo, acabou adormecendo, até mesmo por exaustão.
Depois de muito tempo, teve um sono profundo e sem pesadelos. Um sono reparador, o sono dos justos e por ironia, naquela noite conseguiu depois de muito tempo, produzir todos os "ninas" pelos quais o seu organismo tanta clamava.
Ao despertar, descobriu que já não precisava dos remédios para dormir, mas sim para os seus "deslocamentos".
Uma nova e inquietante questão surgia para as suas preocupações.
Ficaria ele dependente desses medicamentos?
Isso o fez lembrar de um grande detetive inglês que se notabilizou pela forma peculiar de levar a cabo suas investigações e que sabidamente, também utilizava uma droga para os seus devaneios profissionais.
Era uma questão que deveria ser tratada com muito cuidado. Talvez os seus "amigos" do hemisfério norte pudessem ajudá-lo, mas agora estava interessado em saber se a aventura da noite anterior, tinha tido alguma repercussão e quais seriam as reações das pessoas.
Embarcou no metro e retornou para o palco da sua estréia.
Anonimamente, andou vagarosamente pelas mesmas ruas, a repulsa pelo mau cheiro parercia ter arrefecido um pouco, até as imagens que tanto o chocaram na noite anterior, pareciam um pouco mais normais, levando em conta o ambiente onde estava.
Entrou numa espelunca com o nome de "Bar da Luz".
Um rapaz com um avental imundo que sugeria qualquer coisa, menos alguém lidando com comida, servia churrasco grego apregoando a promoção do dia.
Na compra de um sanduíche, de graça um copo de suco de pacote de uma marca bem ordinária.
No balcão, pediu um café.
O esforço para beber aquele troço foi enorme.
Fervido, requentado e amargo, servido num copo bastante suspeito quanto à limpeza.
Tentou entrar no assunto com o atendente de uma forma meio tímida, minimizando o conflito da noite anterior...
LC OLIV

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