As banquetas de madeira escura, tinham longas pernas com assentos em couro, num agradável tom de vinho. Fechando o conjunto, um extenso e longo balcão em mogno patinado muito brilhante, dando um elegante aspecto de antiguidade.
A sua direita e tomando todo o espaço restante do ambiente, o restaurante. Suas mesas eram redondas, recobertas por imaculadas toalhas brancas de linho. Abrigavam em seu redor, quatro cadeiras de braços, com assentos de couro com o mesmo tom das banquetas do bar.
A disposição previamente planejada, permitia aos clientes a privacidade necessária, sem que as conversas de uma mesa interferisse na outra. O toque final de beleza, ficou por conta do teto em formato abobadado, com tijolos aparentes. Ainda de sua parte central, um arranjo pendurado com pequenas e longas lâmpadas imitando antigos castiçais, que era completado por idênticos arranjos instalados nas paredes, permitindo uma claridade agradável e uniforme em todas as suas dependências.
Caminhou lentamente para uma dessas mesas e após se instalar confortavelmente, foi recebido por um discretíssimo e educado garçom que o recebeu com um menu. este o aguardou a uma distância razoável de sorte que se sentiu totalmente a vontade para a sua escolha. Ainda imerso em sua escolha, ouviu um pedido vindo da mesa ao lado da sua. A voz era tipicamente inglesa. Embora tivesse uma certa dificuldade para dominar o idioma, sabia que era de um inglês típico e o pedido foi mais uma confirmação. Com voz pausada e um tanto solene ele pediu.
"Quero uma xícara de café, três fatias de torradas com manteiga de um lado só. O bacon quero bem torrado e os dois ovos com gema mole."
Foi com um grande sobressalto que ao olhar o seu vizinho, teve a impressão de reconhecê-lo. Com uma voz um tanto trêmula e receoso de cometer um engano, teve ainda coragem para peguntar.
" Perdão, mas o senhor por acaso é o Capitão Hastings?
Este corou com a inesperada pergunta e acabou confirmando com a cabeça. ele realmente era o capitão, parceiro e amigo do famosíssimo detetive Hercule Poirot.
Deus do ceu!!!!! Nem bem tinha chegado a Londres e como se fosse um passe de mágica, ou obra de algum ser celestial muito especial, que tinha tramado em alum cantinho muito especial do universo, esse estupendo encontro. Com o rosto todo afogueado e tropeçando no seu inseguro inglês, acabou se apresentando.
" Cheguei há pouco a o seu fantástico país e tenho a honra de conhecer uma figura tão notória como o senhor. Permita que me apresente. O meu nome é Eice e venho do Brasil. Estou aqui numa insólita perseguição, mas isso deixou de ter importância nesse momento."
Ainda com o rosto um tanto avermelhado e tentando se recompor, acabou por perguntar.
"Mr. Eice, Brasil... o senhor por acaso em seu país está envolvido em investigações tendo como alvo, criminosos que desfrutam por lá um certa imunidade por ocuparem cargos de alguma relevância política?"
" Sim e infelizmente no meu país esses facínoras são conhecidos como criminosos de colarinho branco, um termo pejorativo que usamos para qualificar ações da nossa classe política que vem lesando de morte não só as finanças de nossa economia, mas principalmente todo o arcabouço ético no qual deveria estar alicerçada a nossa sociedade...
LC OLIV
Nenhum comentário:
Postar um comentário