...Após o primeiro e amistoso contato, foi convidado pelo ilustre capitão, a sentar-se à mesma mesa, aceitando de imediato e com muito entusiasmo o convite. Enquanto aguardavam a chegada dos seus pedidos, continuaram a conversa que prometia ser das mais encantadoras..
Eufórico, contou que acompanhava todos os casos de seu grande herói a distância e que de alguma forma tentava aplicar o seu conhecidíssimo método, onde a partir da utilização das suas "famosas celulazinhas cinzentas", conseguia resultados acima de toda a média das investigações convencionais.
A reação de surpresa e agrado do inglês ao saber que o seu célebre parceiro era conhecido em lugares tão distantes, o encheram de orgulho e satisfação. Após a chegada dos seus pratos, com muito apetite, embora com certa cerimônia, degustavam o saboroso desjejum. Foi num desses momentos que o capitão pediu ao seu convidado, licença para telefonar. Dirigiu-se ao fundo do restaurante entrando em uma de três cabines.
Discretamente, acompanhava todas as reações dele e dava para se notar o entusiasmo e a gesticulação pouco britânica do capitão conversando com alguém. Poucos minutos depois, retornou para a mesa rubro de satisfação e exultante acabou por ser portador de uma esplêndida notícia.
Informou que estivera conversando com o Poirot e este se mostrou além de surpreso, muito satisfeito por saber de sua presença em Londres.
"Ele pediu-me para perguntar quanto tempo o senhor ficará entre nós em suas investigações, pois ele queria muito convidá-lo para um jantar e conhecendo como eu o conheço, será indubitavelmente uma ocasião especialíssima. Infelizmente estamos indo passar um semana na casa de campo do ministro do interior, que recepcionará em sua mansão, figuras importantes de nossa política, bem como alguns convidados estrangeiros.
Durante o tempo dessa visita ele estará investigando o sumiço de alguns documentos importantes e que estão chegando às mãos de notórios inimigos da Inglaterra no exterior e tais vazamentos estão sendo a principal preocupação do primeiro ministro. A situação é demais delicada e o convite nos chegou de forma irrecusável, trata-se de um assunto de extrema relevância.
A ideia de conhecer pessoalmente o grande detetive, parecia para ele algo surreal. Acompanhava de seu país todas as suas investigações nos casos mais intrincados e com ele aprendera um pouco sobre os seus métodos, a sua lógica e a sua lucidez na condução dos seus casos.
A conversa com o capitão fora agradável e passaram boa parte da manhã no restaurante. Depois que saíram, acabaram indo para o clube do capitão e o restante da manhã, foi uma experiência única que fez com que se sentisse um pouco britânico algo meio impensável para ele. Almoçaram e deixou a critério do seu anfitrião a escolha do cardápio. Por precaução não teve coragem de peguntar sobre os pratos, até mesmo porque tinha uma certa dificuldade em se adaptar aos costumes de outros países.
A tarde voltou para o seu hotel muito excitado pela experiência da manhã e ´pelas perspectivas do que iria ver e viver dentro de alguns dias . Sabia que aquela seria uma espera longa e arrastada, mas tudo iria valer a pena. Após um banho relaxante, descansou e acabou por adormecer, acordando no meio da tarde. Assustou-se ao se dar conta do quanto tinha negligenciado em sua missão, afinal estava ali no encalço de um importante crimino, os devaneios que vivera naquela manhã, embora agradáveis, não podiam interferir em sua meticulosa "caçada".
Acreditava numa grande mudança das coisas após a prisão desse político e essa perspectiva aumentava muito a pressão que ecercia sobre si, afinal um fracasso seria desastroso para as suas aspirações...
LC OLIV
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