...os dias que seguiram foram uma rotina. Após a refeição matinal, saia em suas explorações que foram aumentando os limites geográficos. Agora já não se contentava somente com Chelsea e o Soho, queria muito mais.
Para sua satisfação, as descobertas eram infindáveis. A velha Londres era uma sucessão de surpresas. Aquilo era um mundo à parte dentro do mundo. Respirava por cada canto que passava, mistérios, lendas, encantamentos, muita magia e agora se dava conta da riqueza da arquitetura que de uma certa forma, contava a história daquele lugar mágico ao longo dos séculos. Os monumentos alusivos a fatos históricos e aos seus heróis nacionais e tudo sob a proteção de São Jorge.
Em alguns momentos chegava a ter a impressão que tinha ingerido alguns dos seus comprimidos encantados, pois era nítida a sensação de que estava numa grande viagem de retorno ao passado. Já tinha se sentido assim, mas foi em Roma, outra cidade em que se vivia no presente, os depoimentos do passado distante, através de seus monumentos, praças e edifícios.
Numa dessas manhãs a caminho do Abbey Road, assim que entrou foi tomado de uma agradável surpresa. Instalado ao fundo do restaurante estava o seu amigo capitão Hastings, iniciando o seu desjejum. Este ao vê-lo, foi tomado de uma grande e efusiva alegria. Os seguidos apertos de mão, eram o máximo que um inglês se permitia para demonstrações de carinho e apreço.
Assim que o garçom chegou, repetiu o mesmo pedido do capitão com exceção dos rins que por sinal abominava.
Enquanto comiam, quis saber dos resultados da missão onde estiveram envolvidos.
Estiveram esses dias numa mansão no interior do ministro, onde convidados foram discretamente observados e investigados pelo habilíssimo detetive belga. Para desespero dos presente e principalmente do ministro, a julgar pela sua impassividade, Poirot mais parecia estar ali para desfrutar as belezas do lugar e se deliciar com as iguarias que eram servidas.
Ficou se imaginando no lugar, desfrutar daquelas salas de estar, os salões de refeições com toda aquela pompa e finalmente sentir o clima das maravilhosas bibliotecas inglesas,com suas estantes enormes, lareira acesa, e escrivaninhas de madeira de lei ricamente entalhadas.
Uma semana após a chegada dos convidados, uma noite após o jantar e a pedido do pequenino e elegante belga, o café e as bebidas foram servidos na biblioteca da mansão. A inesperada reunião criou nos presentes um clima de tensão pelo que poderia vir. Discreta e dissimuladamente, todos se entreolhavam com desconfiança.
Assumindo o comando do momento, com muitas mesuras e palavras previamente selecionadas, Poirot com brilhantismo, fez um breve histórico dos fatos e os motivos pelos quais estavam ali reunidos. Todos se sentiam meio desconfortáveis, mesmo não sendo os suspeitos, dado ao clima do momento. No ar além do mistério, alguns aromas se misturavam, como os das bebidas,charutos e cachimbos, tudo embalado pelo calor agradável proveniente da lareira que crepitava.
Após a teatral apresentação, o hábil detetive foi passando aos presentes o resultado de suas investigações e acabou de forma meio teatral por revelar os traidores que estavam vazando documentos secretos do ministério para estrangeiros interessados na desestabilização do gabinete que acabava de assumir o comando dos destinos do país.
A coisa se deu de forma tão rápida que os culpados mal puderam esboçar qualquer reação e foram prontamente detidos por um inspetor da Yard, especialmente designado como convidado, para acompanhar o caso a pedido do ministro. Após esse breve e instigante relato, finalmente poderia aceitar formalmente o convite de Poirot para um jantar em sua residência.
Custava a crer que uma coisa dessa natureza estivesse para acontecer nos próximos dias e com essa sensação de irrealidade, retornou para o seu hotel. A ideia de entrar no Charterhouse Square era algo inconcebível, mas era uma questão de tempo e essa espera que antecedia o seu grande momento, produzia nele descargas elétricas de altíssimas intensidades...
LC OLIV
terça-feira, 13 de agosto de 2019
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
... De volta ao seu hotel, foi informado na recepção que tinha sido procurado por duas pessoas que não quiseram se identificar e tão pouco deixaram qualquer tipo de recado. O funcionário, que por sinal além de muito educado, tinha tido a presença de espirito de captar um fragmento da conversa dos visitantes, o que o deixou em estado de alerta.
Referiam-se ao fato de estarem à sua procura desde que chegara a Londres e ainda não tinham não tinham obtido nada e agora sabendo onde estava hospedado, as chances de interceptá-lo tinham aumentado. Comentaram que a pessoa que os tinha contratado, manifestara de forma enfática, a necessidade da sua localização, para posteriores orientações do que deveriam fazer com ele.
Ainda por sugestão do eficiente funcionário, tratou de preparar a sua bagagem, para então rapidamente trocar o local de sua hospedagem, a fim de driblar os seus perseguidores.
Foi nesse momento que lembrou das alusões do capitão Hastings, durante o almoço, sobre o não menos célebre Inspetor Japp da Yard, que em virtude do momento e dada à natureza de sua visita, poderia ser de grande valia com a ajuda oficial, tanto no sentido de sua proteção pessoal, como na localização do perigoso senador. Já no quarto, tratou de embalar todos o seus pertences rapidamente, já que o quanto antes se mudasse, melhor seria para a sua segurança.
Ainda por precaução, evitou comentar ou pedir alguma sugestão para onde ir. Não demorou muito e conseguiu achar um local que atendesse as suas necessidades. Depois de instalado, procu
gerou a segurança do Abbey Road para a sua refeição noturna.
Instalou-se em uma mesa bem no fundo do restaurante, de forma a ter o controle visual de toda a movimentação, inclusive das pessoas que entravam. Após pedir a sua refeição, repassou todos os acontecimentos recentes e concluiu que toda a sua viagem estava sendo monitorado desde que saira do Brasil. Com essa constatação, sentiu um ligeiro arrepio, pois correra riscos todo esse tempo sem sequer ter consciência.
Por outro lado, também convenceu-se que o seu alvo continuava na cidade, mesmo assim a tarefa de encontrá-lo, representava um grande e complexo desafio. Não demorou muito e o seu jantar chegou, a julgar pela aparência deveria estar saboroso. Gostava do som ambiente, uma agradável mistura de vozes, talheres batendo nas louças, e as vezes estampidos de rolhas . dos apetitosos vinhos.
Depois de duas generosas taças de um chianti amadeirado, foi tomado por um aconchegante torpor, chegando a bocejar preguiçosamente várias vezes. Sabia que não se podia permitir tal luxo, pois estar alerta era uma questão vital para ele. A um chamado seu, o garçom trouxe-lhe a conta. Ao sair, ainda na calçada, foi colhido por uma lufada de vento carregado pelo aroma de flores dos arbustos que formavam uma graciosa aleia ao longo da rua.
Andou por cerca de meia hora sem obedecer a um roteiro. Acabou desembocando numa simpática ruela, com edificações em estilo vitoriano, o que lhe agradou profundamente. Já no meio de uma quadra, divisou uma tabacaria. Esta tinha uma ampla vitrine onde se via toda sorte de produtos, desde de cigarros de variadas marcas,, inclusive estrangeiros principalmente os charutos que contavam com os lendários cubanos. A proximidade da loja permitiu-lhe sentir os aromas, principalmente dos cachimbos. Já no seu interior, foi atendido por um senhor extremamente polido que lhe sugeriu várias marcas de fumos, com aromas bastante exóticos, sem contar os cachimbos que tinham desenhos muito variados. Acabou se encantando com um de tamanho pequeno cujo formato ele mesmo chamava de estilo Sherlock.
Ainda enquanto conversava com o solícito senhor, vislumbrou pela vitrine, duas figuras um tanto estranhas, que procuravam enxergar o interior da loja. Pressentindo serem os seus perseguidores, pagou rapidamente a sua compra e acabou saindo por uma pequena porta nos fundos. Assim que ganhou a calçada, contornou o prédio da loja e postou-se meio escondido e pode observar os dois meios aturdidos saírem às pressas, olhando em todas as direções a fim de localizá-lo.
Aliviado com o logro que impusera aos dois, dirigiu-se rapidamente para a segurança do seu hotel...
LC OLIV
Referiam-se ao fato de estarem à sua procura desde que chegara a Londres e ainda não tinham não tinham obtido nada e agora sabendo onde estava hospedado, as chances de interceptá-lo tinham aumentado. Comentaram que a pessoa que os tinha contratado, manifestara de forma enfática, a necessidade da sua localização, para posteriores orientações do que deveriam fazer com ele.
Ainda por sugestão do eficiente funcionário, tratou de preparar a sua bagagem, para então rapidamente trocar o local de sua hospedagem, a fim de driblar os seus perseguidores.
Foi nesse momento que lembrou das alusões do capitão Hastings, durante o almoço, sobre o não menos célebre Inspetor Japp da Yard, que em virtude do momento e dada à natureza de sua visita, poderia ser de grande valia com a ajuda oficial, tanto no sentido de sua proteção pessoal, como na localização do perigoso senador. Já no quarto, tratou de embalar todos o seus pertences rapidamente, já que o quanto antes se mudasse, melhor seria para a sua segurança.
Ainda por precaução, evitou comentar ou pedir alguma sugestão para onde ir. Não demorou muito e conseguiu achar um local que atendesse as suas necessidades. Depois de instalado, procu
gerou a segurança do Abbey Road para a sua refeição noturna.
Instalou-se em uma mesa bem no fundo do restaurante, de forma a ter o controle visual de toda a movimentação, inclusive das pessoas que entravam. Após pedir a sua refeição, repassou todos os acontecimentos recentes e concluiu que toda a sua viagem estava sendo monitorado desde que saira do Brasil. Com essa constatação, sentiu um ligeiro arrepio, pois correra riscos todo esse tempo sem sequer ter consciência.
Por outro lado, também convenceu-se que o seu alvo continuava na cidade, mesmo assim a tarefa de encontrá-lo, representava um grande e complexo desafio. Não demorou muito e o seu jantar chegou, a julgar pela aparência deveria estar saboroso. Gostava do som ambiente, uma agradável mistura de vozes, talheres batendo nas louças, e as vezes estampidos de rolhas . dos apetitosos vinhos.
Depois de duas generosas taças de um chianti amadeirado, foi tomado por um aconchegante torpor, chegando a bocejar preguiçosamente várias vezes. Sabia que não se podia permitir tal luxo, pois estar alerta era uma questão vital para ele. A um chamado seu, o garçom trouxe-lhe a conta. Ao sair, ainda na calçada, foi colhido por uma lufada de vento carregado pelo aroma de flores dos arbustos que formavam uma graciosa aleia ao longo da rua.
Andou por cerca de meia hora sem obedecer a um roteiro. Acabou desembocando numa simpática ruela, com edificações em estilo vitoriano, o que lhe agradou profundamente. Já no meio de uma quadra, divisou uma tabacaria. Esta tinha uma ampla vitrine onde se via toda sorte de produtos, desde de cigarros de variadas marcas,, inclusive estrangeiros principalmente os charutos que contavam com os lendários cubanos. A proximidade da loja permitiu-lhe sentir os aromas, principalmente dos cachimbos. Já no seu interior, foi atendido por um senhor extremamente polido que lhe sugeriu várias marcas de fumos, com aromas bastante exóticos, sem contar os cachimbos que tinham desenhos muito variados. Acabou se encantando com um de tamanho pequeno cujo formato ele mesmo chamava de estilo Sherlock.
Ainda enquanto conversava com o solícito senhor, vislumbrou pela vitrine, duas figuras um tanto estranhas, que procuravam enxergar o interior da loja. Pressentindo serem os seus perseguidores, pagou rapidamente a sua compra e acabou saindo por uma pequena porta nos fundos. Assim que ganhou a calçada, contornou o prédio da loja e postou-se meio escondido e pode observar os dois meios aturdidos saírem às pressas, olhando em todas as direções a fim de localizá-lo.
Aliviado com o logro que impusera aos dois, dirigiu-se rapidamente para a segurança do seu hotel...
LC OLIV
quinta-feira, 11 de julho de 2019
...Após um banho revigorante, se dirigiu para o Abbey Road onde foi recebido com uma simpatia fora dos padrões da manhã. Convenceu-se que tal tratamento era decorrente do fato de ser "amigo" do Capitão. Examinou detalhadamente o cardápio, optando por algo no estilo do belga, um omelete de ervas finas, acompanhado de um generoso copo de cerveja escura. De sobremesa, acabou escolhendo um pudim de ameixas pretas, que acabou surpreendendo o garçom, visto que aquela iguaria era tipicamente para paladares britânicos.
Após a refeição, decepcionou-se com a qualidade do expresso, um tanto aguado para o seu paladar apurado para cafés, coisa típica de seu país.
Já na rua, respirou fundo inalando aquele ar perfumado e dirigiu-se vagarosamente para o seu tão sonhado Soho. Finalmente iria conhecer, o bairro mais encantador de Londres na sua modesta opinião. Não demorou muito e chegou ao seu destino. Assim que entrou no perímetro do local que desejava conhecer, sentiu como se num passe de mágica, que tudo ao seu redor passava por uma sutil, mas perceptível mudança. Um leve odor de baseado no ar por onde caminhava, fazia com que se lembrasse da vida noturna de Gotham. Ambos os locais tinham pontos em comum, como locais criadores e exportadores da chamada contra cultura.
Ali tinha a sensação de que a vida pulsava de forma descontrolada e frenética. A cada esquina, uma surpresa.
Pubs iluminados fervilhando de gente, todos numa típica euforia etílica, aliás uma das características mais gritantes do londrinos. Tabacarias com vitrines atraentes, sem contar nos aromas que exalavam. Dobrando uma esquina, entrou numa rua que tinha a poucos metros uma velha casa sendo demolida e no tapumes que cercavam o imóvel, uma pixação chamou a sua atenção pelo tamanho de suas letras e consequentemente quis saber o seu teor.
O seu domínio do inglês se restringia às conversações, mesmo assim com o auxílio do tradutor do seu celular, conseguiu compor o resultado final daquele texto, o que acabou o encantando pelo seu conteúdo.
"Não preciso saber a tua idade
nem onde mora ou
com o que trabalha.
Quero saber da sua relação com
as estrelas.
O quanto de cura tem no seu
sorriso e se
há amor na tua fala."
Após muito andar, entrou num pub que estava apinhado de gente. Com alguma dificuldade acabou alcançando o balcão e precisou gritar para ser servido. Pouco depois, um enorme copo de cerveja desafiava a sua capacidade de beber. As pessoas se acotovelavam e falavam muito alto. Uma mistura de assuntos numa agradável e incompreensível balbúrdia.
Já no final do copo sentia-se meio tonto, sinal de que deveria se retirar e tentar continuar a sua exploração do local.
Na calçada, foi tomado de surpresa pelo famoso fog. Sentiu-se meio desnorteado e sem muito ânimo para continuar o seu passeio, já que mal conseguia enxergar as coisas, mas o que já tinha visto era para si algo surreal, batendo exatamente com o que imaginava quando lia as aventuras investigativas do seu herói...
LC OLIV
Após a refeição, decepcionou-se com a qualidade do expresso, um tanto aguado para o seu paladar apurado para cafés, coisa típica de seu país.
Já na rua, respirou fundo inalando aquele ar perfumado e dirigiu-se vagarosamente para o seu tão sonhado Soho. Finalmente iria conhecer, o bairro mais encantador de Londres na sua modesta opinião. Não demorou muito e chegou ao seu destino. Assim que entrou no perímetro do local que desejava conhecer, sentiu como se num passe de mágica, que tudo ao seu redor passava por uma sutil, mas perceptível mudança. Um leve odor de baseado no ar por onde caminhava, fazia com que se lembrasse da vida noturna de Gotham. Ambos os locais tinham pontos em comum, como locais criadores e exportadores da chamada contra cultura.
Ali tinha a sensação de que a vida pulsava de forma descontrolada e frenética. A cada esquina, uma surpresa.
Pubs iluminados fervilhando de gente, todos numa típica euforia etílica, aliás uma das características mais gritantes do londrinos. Tabacarias com vitrines atraentes, sem contar nos aromas que exalavam. Dobrando uma esquina, entrou numa rua que tinha a poucos metros uma velha casa sendo demolida e no tapumes que cercavam o imóvel, uma pixação chamou a sua atenção pelo tamanho de suas letras e consequentemente quis saber o seu teor.
O seu domínio do inglês se restringia às conversações, mesmo assim com o auxílio do tradutor do seu celular, conseguiu compor o resultado final daquele texto, o que acabou o encantando pelo seu conteúdo.
"Não preciso saber a tua idade
nem onde mora ou
com o que trabalha.
Quero saber da sua relação com
as estrelas.
O quanto de cura tem no seu
sorriso e se
há amor na tua fala."
Após muito andar, entrou num pub que estava apinhado de gente. Com alguma dificuldade acabou alcançando o balcão e precisou gritar para ser servido. Pouco depois, um enorme copo de cerveja desafiava a sua capacidade de beber. As pessoas se acotovelavam e falavam muito alto. Uma mistura de assuntos numa agradável e incompreensível balbúrdia.
Já no final do copo sentia-se meio tonto, sinal de que deveria se retirar e tentar continuar a sua exploração do local.
Na calçada, foi tomado de surpresa pelo famoso fog. Sentiu-se meio desnorteado e sem muito ânimo para continuar o seu passeio, já que mal conseguia enxergar as coisas, mas o que já tinha visto era para si algo surreal, batendo exatamente com o que imaginava quando lia as aventuras investigativas do seu herói...
LC OLIV
quinta-feira, 20 de junho de 2019
... Após se despedir do seu companheiro, voltou eufórico para o hotel. Logo que chegou tomou um longo e restaurador banho. Em seguida, jogou-se na cama ainda enrolado na toalha e se entregou aos seus devaneios mesclando-os aos fatos da importante missão que o trouxera ali.
De alguma forma tentaria imitar o seu grande mestre na condução de suas ações, mesmo porque tinha que ainda localizar o seu alvo, afinal Londres era uma cidade muito grande e cheia de mistérios para que não a conhecia. Como dispunha de algum tempo para aguardar o retorno do belga do interior, não perderia a oportunidade de andar e esquadrinhar os bairros que tanto desejou um dia conhecer e que hoje estavam ao seu alcance, algo impensável há muito pouco tempo atrás.
Era notável essas surpresas que vinha experimentado nos últimos tempos, o que fez com que se sentisse vivendo o melhor período de sua vida, a ponto de bendizer as suas noites insones. Vestiu-se vagarosamente e algum tempo depois ganhava a rua rumo às suas duas "mecas".
Optou inicialmente por Chelsea, até mesmo porque estava mais próximo de onde se encontrava naquele momento. À medida que caminhava pelas ruas, tinha a sensação de que até o cheiro do ar mudava. Evidentemente que aquele de mistério estava somente na sua cabeça, já que o local tinha ruas normais, todas impecavelmente limpas e com as pessoas indo e vindo num movimento igual ao de todos os lugares.
Ficou impressionado com a importância que os ingleses davam ao verde no cotidiano da cidade. Árvores cuidadosamente podadas e cuidadas, todas muito floridas, apreciadas e e respeitadas, um contraste chocante com as condições que as de seus país recebiam tanto da população quanto do poder público. Após andar algum tempo embevecido com tudo o que via, resolveu entrar em um pub, mesmo não sendo apreciador de bebidas alcoólicas, tinham o desejo de provar a tal cerveja escura, que tantas vezes viu em filmes.
Já no momento foi atendido, notou uma certa animosidade do balconista, ao notar que ele era estrangeiro. Acabou por não se importar, pois já conhecia de algum tempo esse comportamento meio xenófobo dos britânicos. Acompanhando um copo gigantesco, pediu sanduíches de presunto, pois sabia da excelência dessa iguaria, bem diferente da que estava acostumado a consumir.
Algum tempo depois, bastante satisfeito e estufado, ganhou a rua novamente retomando as suas explorações. Poucas quadras depois, avistou uma tabacaria muito atraente. Tinha a fachada de vidro e nas vitrines, uma série infindável de cachimbos de vários formatos e tamanhos. Apesar de não fumar há mais de quinze anos, n~]ao resistiu àquele encanto e entrou na loja. Alguns cliente junto ao balcão conversavam animadamente, alguns deles fumando os seus cachimbos, exalando um odor perfumadíssimo. Uma mescla de aromas onde pode detectar, maçã e pêssego. Acabou comprando um modelo que lhe chamou a atenção. Tinha uma pequena pipa no formato retangular na vertical e a piteira que parecia um S, era móvel e se abraçava na pipa quando não era utilizado. Após a aquisição, sentiu-se compelido a adquirir os apetrechos pertinentes. Uma bolsa de camurça para o fumo e na parte externa uns compartimentos para os instrumentos para revolver o fumo e limpar a pipa. O tabaco veio numa lata verde escura com o texto em marrom. A sua peregrinação continuava de forma agradável e sem que se desse conta o final da tarde já se prenunciava o que o alarmou, pois não tinha a menor vontade de correr o risco de enfrentar o famosíssimo fog londrino, característico dos seus crepúsculos.
Parando numa banca de jornais e revistas, tentou comprar um mapa da cidade a fim de facilitar os seus deslocamentos, não somente os turísticos, mas os investigativos. Sentiu-se envergonhado pela incredulidade do seu interlocutor quando lhe informou que essas coisas podiam ser muito melhor obtidas em computadores e que os tais guias impressos, a muito já não existiam, já que eram coisas do passado.
De volta ao Q.G., resolvera que faria a sua refeição noturna no Abbey Road, lembrando-se do feliz encontro com o capitão pela manhã, que a essas alturas já devia estar no interior na mansão do ministro acompanhado o grande detetive em mais uma missão de importância nacional...
LC OLIV
De alguma forma tentaria imitar o seu grande mestre na condução de suas ações, mesmo porque tinha que ainda localizar o seu alvo, afinal Londres era uma cidade muito grande e cheia de mistérios para que não a conhecia. Como dispunha de algum tempo para aguardar o retorno do belga do interior, não perderia a oportunidade de andar e esquadrinhar os bairros que tanto desejou um dia conhecer e que hoje estavam ao seu alcance, algo impensável há muito pouco tempo atrás.
Era notável essas surpresas que vinha experimentado nos últimos tempos, o que fez com que se sentisse vivendo o melhor período de sua vida, a ponto de bendizer as suas noites insones. Vestiu-se vagarosamente e algum tempo depois ganhava a rua rumo às suas duas "mecas".
Optou inicialmente por Chelsea, até mesmo porque estava mais próximo de onde se encontrava naquele momento. À medida que caminhava pelas ruas, tinha a sensação de que até o cheiro do ar mudava. Evidentemente que aquele de mistério estava somente na sua cabeça, já que o local tinha ruas normais, todas impecavelmente limpas e com as pessoas indo e vindo num movimento igual ao de todos os lugares.
Ficou impressionado com a importância que os ingleses davam ao verde no cotidiano da cidade. Árvores cuidadosamente podadas e cuidadas, todas muito floridas, apreciadas e e respeitadas, um contraste chocante com as condições que as de seus país recebiam tanto da população quanto do poder público. Após andar algum tempo embevecido com tudo o que via, resolveu entrar em um pub, mesmo não sendo apreciador de bebidas alcoólicas, tinham o desejo de provar a tal cerveja escura, que tantas vezes viu em filmes.
Já no momento foi atendido, notou uma certa animosidade do balconista, ao notar que ele era estrangeiro. Acabou por não se importar, pois já conhecia de algum tempo esse comportamento meio xenófobo dos britânicos. Acompanhando um copo gigantesco, pediu sanduíches de presunto, pois sabia da excelência dessa iguaria, bem diferente da que estava acostumado a consumir.
Algum tempo depois, bastante satisfeito e estufado, ganhou a rua novamente retomando as suas explorações. Poucas quadras depois, avistou uma tabacaria muito atraente. Tinha a fachada de vidro e nas vitrines, uma série infindável de cachimbos de vários formatos e tamanhos. Apesar de não fumar há mais de quinze anos, n~]ao resistiu àquele encanto e entrou na loja. Alguns cliente junto ao balcão conversavam animadamente, alguns deles fumando os seus cachimbos, exalando um odor perfumadíssimo. Uma mescla de aromas onde pode detectar, maçã e pêssego. Acabou comprando um modelo que lhe chamou a atenção. Tinha uma pequena pipa no formato retangular na vertical e a piteira que parecia um S, era móvel e se abraçava na pipa quando não era utilizado. Após a aquisição, sentiu-se compelido a adquirir os apetrechos pertinentes. Uma bolsa de camurça para o fumo e na parte externa uns compartimentos para os instrumentos para revolver o fumo e limpar a pipa. O tabaco veio numa lata verde escura com o texto em marrom. A sua peregrinação continuava de forma agradável e sem que se desse conta o final da tarde já se prenunciava o que o alarmou, pois não tinha a menor vontade de correr o risco de enfrentar o famosíssimo fog londrino, característico dos seus crepúsculos.
Parando numa banca de jornais e revistas, tentou comprar um mapa da cidade a fim de facilitar os seus deslocamentos, não somente os turísticos, mas os investigativos. Sentiu-se envergonhado pela incredulidade do seu interlocutor quando lhe informou que essas coisas podiam ser muito melhor obtidas em computadores e que os tais guias impressos, a muito já não existiam, já que eram coisas do passado.
De volta ao Q.G., resolvera que faria a sua refeição noturna no Abbey Road, lembrando-se do feliz encontro com o capitão pela manhã, que a essas alturas já devia estar no interior na mansão do ministro acompanhado o grande detetive em mais uma missão de importância nacional...
LC OLIV
terça-feira, 21 de maio de 2019
...Após o primeiro e amistoso contato, foi convidado pelo ilustre capitão, a sentar-se à mesma mesa, aceitando de imediato e com muito entusiasmo o convite. Enquanto aguardavam a chegada dos seus pedidos, continuaram a conversa que prometia ser das mais encantadoras..
Eufórico, contou que acompanhava todos os casos de seu grande herói a distância e que de alguma forma tentava aplicar o seu conhecidíssimo método, onde a partir da utilização das suas "famosas celulazinhas cinzentas", conseguia resultados acima de toda a média das investigações convencionais.
A reação de surpresa e agrado do inglês ao saber que o seu célebre parceiro era conhecido em lugares tão distantes, o encheram de orgulho e satisfação. Após a chegada dos seus pratos, com muito apetite, embora com certa cerimônia, degustavam o saboroso desjejum. Foi num desses momentos que o capitão pediu ao seu convidado, licença para telefonar. Dirigiu-se ao fundo do restaurante entrando em uma de três cabines.
Discretamente, acompanhava todas as reações dele e dava para se notar o entusiasmo e a gesticulação pouco britânica do capitão conversando com alguém. Poucos minutos depois, retornou para a mesa rubro de satisfação e exultante acabou por ser portador de uma esplêndida notícia.
Informou que estivera conversando com o Poirot e este se mostrou além de surpreso, muito satisfeito por saber de sua presença em Londres.
"Ele pediu-me para perguntar quanto tempo o senhor ficará entre nós em suas investigações, pois ele queria muito convidá-lo para um jantar e conhecendo como eu o conheço, será indubitavelmente uma ocasião especialíssima. Infelizmente estamos indo passar um semana na casa de campo do ministro do interior, que recepcionará em sua mansão, figuras importantes de nossa política, bem como alguns convidados estrangeiros.
Durante o tempo dessa visita ele estará investigando o sumiço de alguns documentos importantes e que estão chegando às mãos de notórios inimigos da Inglaterra no exterior e tais vazamentos estão sendo a principal preocupação do primeiro ministro. A situação é demais delicada e o convite nos chegou de forma irrecusável, trata-se de um assunto de extrema relevância.
A ideia de conhecer pessoalmente o grande detetive, parecia para ele algo surreal. Acompanhava de seu país todas as suas investigações nos casos mais intrincados e com ele aprendera um pouco sobre os seus métodos, a sua lógica e a sua lucidez na condução dos seus casos.
A conversa com o capitão fora agradável e passaram boa parte da manhã no restaurante. Depois que saíram, acabaram indo para o clube do capitão e o restante da manhã, foi uma experiência única que fez com que se sentisse um pouco britânico algo meio impensável para ele. Almoçaram e deixou a critério do seu anfitrião a escolha do cardápio. Por precaução não teve coragem de peguntar sobre os pratos, até mesmo porque tinha uma certa dificuldade em se adaptar aos costumes de outros países.
A tarde voltou para o seu hotel muito excitado pela experiência da manhã e ´pelas perspectivas do que iria ver e viver dentro de alguns dias . Sabia que aquela seria uma espera longa e arrastada, mas tudo iria valer a pena. Após um banho relaxante, descansou e acabou por adormecer, acordando no meio da tarde. Assustou-se ao se dar conta do quanto tinha negligenciado em sua missão, afinal estava ali no encalço de um importante crimino, os devaneios que vivera naquela manhã, embora agradáveis, não podiam interferir em sua meticulosa "caçada".
Acreditava numa grande mudança das coisas após a prisão desse político e essa perspectiva aumentava muito a pressão que ecercia sobre si, afinal um fracasso seria desastroso para as suas aspirações...
LC OLIV
Eufórico, contou que acompanhava todos os casos de seu grande herói a distância e que de alguma forma tentava aplicar o seu conhecidíssimo método, onde a partir da utilização das suas "famosas celulazinhas cinzentas", conseguia resultados acima de toda a média das investigações convencionais.
A reação de surpresa e agrado do inglês ao saber que o seu célebre parceiro era conhecido em lugares tão distantes, o encheram de orgulho e satisfação. Após a chegada dos seus pratos, com muito apetite, embora com certa cerimônia, degustavam o saboroso desjejum. Foi num desses momentos que o capitão pediu ao seu convidado, licença para telefonar. Dirigiu-se ao fundo do restaurante entrando em uma de três cabines.
Discretamente, acompanhava todas as reações dele e dava para se notar o entusiasmo e a gesticulação pouco britânica do capitão conversando com alguém. Poucos minutos depois, retornou para a mesa rubro de satisfação e exultante acabou por ser portador de uma esplêndida notícia.
Informou que estivera conversando com o Poirot e este se mostrou além de surpreso, muito satisfeito por saber de sua presença em Londres.
"Ele pediu-me para perguntar quanto tempo o senhor ficará entre nós em suas investigações, pois ele queria muito convidá-lo para um jantar e conhecendo como eu o conheço, será indubitavelmente uma ocasião especialíssima. Infelizmente estamos indo passar um semana na casa de campo do ministro do interior, que recepcionará em sua mansão, figuras importantes de nossa política, bem como alguns convidados estrangeiros.
Durante o tempo dessa visita ele estará investigando o sumiço de alguns documentos importantes e que estão chegando às mãos de notórios inimigos da Inglaterra no exterior e tais vazamentos estão sendo a principal preocupação do primeiro ministro. A situação é demais delicada e o convite nos chegou de forma irrecusável, trata-se de um assunto de extrema relevância.
A ideia de conhecer pessoalmente o grande detetive, parecia para ele algo surreal. Acompanhava de seu país todas as suas investigações nos casos mais intrincados e com ele aprendera um pouco sobre os seus métodos, a sua lógica e a sua lucidez na condução dos seus casos.
A conversa com o capitão fora agradável e passaram boa parte da manhã no restaurante. Depois que saíram, acabaram indo para o clube do capitão e o restante da manhã, foi uma experiência única que fez com que se sentisse um pouco britânico algo meio impensável para ele. Almoçaram e deixou a critério do seu anfitrião a escolha do cardápio. Por precaução não teve coragem de peguntar sobre os pratos, até mesmo porque tinha uma certa dificuldade em se adaptar aos costumes de outros países.
A tarde voltou para o seu hotel muito excitado pela experiência da manhã e ´pelas perspectivas do que iria ver e viver dentro de alguns dias . Sabia que aquela seria uma espera longa e arrastada, mas tudo iria valer a pena. Após um banho relaxante, descansou e acabou por adormecer, acordando no meio da tarde. Assustou-se ao se dar conta do quanto tinha negligenciado em sua missão, afinal estava ali no encalço de um importante crimino, os devaneios que vivera naquela manhã, embora agradáveis, não podiam interferir em sua meticulosa "caçada".
Acreditava numa grande mudança das coisas após a prisão desse político e essa perspectiva aumentava muito a pressão que ecercia sobre si, afinal um fracasso seria desastroso para as suas aspirações...
LC OLIV
terça-feira, 14 de maio de 2019
...Atravessou a porta um tanto cauteloso, vislumbrou à sua esquerda um bar. As prateleiras eram espelhadas e iluminadas por minúsculas lâmpadas que produziam um efeito muito peculiar quando se chocavam com as garrafas que tinham vários formatos e cores variadas. Ainda em sua parte frontal superior, taças caprichosamente penduradas, emitiam flashes com toda de matizes.
As banquetas de madeira escura, tinham longas pernas com assentos em couro, num agradável tom de vinho. Fechando o conjunto, um extenso e longo balcão em mogno patinado muito brilhante, dando um elegante aspecto de antiguidade.
A sua direita e tomando todo o espaço restante do ambiente, o restaurante. Suas mesas eram redondas, recobertas por imaculadas toalhas brancas de linho. Abrigavam em seu redor, quatro cadeiras de braços, com assentos de couro com o mesmo tom das banquetas do bar.
A disposição previamente planejada, permitia aos clientes a privacidade necessária, sem que as conversas de uma mesa interferisse na outra. O toque final de beleza, ficou por conta do teto em formato abobadado, com tijolos aparentes. Ainda de sua parte central, um arranjo pendurado com pequenas e longas lâmpadas imitando antigos castiçais, que era completado por idênticos arranjos instalados nas paredes, permitindo uma claridade agradável e uniforme em todas as suas dependências.
Caminhou lentamente para uma dessas mesas e após se instalar confortavelmente, foi recebido por um discretíssimo e educado garçom que o recebeu com um menu. este o aguardou a uma distância razoável de sorte que se sentiu totalmente a vontade para a sua escolha. Ainda imerso em sua escolha, ouviu um pedido vindo da mesa ao lado da sua. A voz era tipicamente inglesa. Embora tivesse uma certa dificuldade para dominar o idioma, sabia que era de um inglês típico e o pedido foi mais uma confirmação. Com voz pausada e um tanto solene ele pediu.
"Quero uma xícara de café, três fatias de torradas com manteiga de um lado só. O bacon quero bem torrado e os dois ovos com gema mole."
Foi com um grande sobressalto que ao olhar o seu vizinho, teve a impressão de reconhecê-lo. Com uma voz um tanto trêmula e receoso de cometer um engano, teve ainda coragem para peguntar.
" Perdão, mas o senhor por acaso é o Capitão Hastings?
Este corou com a inesperada pergunta e acabou confirmando com a cabeça. ele realmente era o capitão, parceiro e amigo do famosíssimo detetive Hercule Poirot.
Deus do ceu!!!!! Nem bem tinha chegado a Londres e como se fosse um passe de mágica, ou obra de algum ser celestial muito especial, que tinha tramado em alum cantinho muito especial do universo, esse estupendo encontro. Com o rosto todo afogueado e tropeçando no seu inseguro inglês, acabou se apresentando.
" Cheguei há pouco a o seu fantástico país e tenho a honra de conhecer uma figura tão notória como o senhor. Permita que me apresente. O meu nome é Eice e venho do Brasil. Estou aqui numa insólita perseguição, mas isso deixou de ter importância nesse momento."
Ainda com o rosto um tanto avermelhado e tentando se recompor, acabou por perguntar.
"Mr. Eice, Brasil... o senhor por acaso em seu país está envolvido em investigações tendo como alvo, criminosos que desfrutam por lá um certa imunidade por ocuparem cargos de alguma relevância política?"
" Sim e infelizmente no meu país esses facínoras são conhecidos como criminosos de colarinho branco, um termo pejorativo que usamos para qualificar ações da nossa classe política que vem lesando de morte não só as finanças de nossa economia, mas principalmente todo o arcabouço ético no qual deveria estar alicerçada a nossa sociedade...
LC OLIV
quinta-feira, 2 de maio de 2019
.....Lembrando as aventuras que acompanhou pelos bairros de Chelsea e Soho, percorreu todas as principais ruas desses lugares num estado de profunda euforia. Tudo para ele tinha um toque de mistério. A simples ideia de estar pisando o solo sagrado por onde anos antes tinham sido percorridos pelo célebre detetive belga e o seu assistente, o enchiam de entusiasmo.
Parecia um sonho, mas aquilo era na verdade, uma parte muito emblemática de uma das cidades mais misteriosas do mundo. Palco de histórias impressionantes desde a sua formação até transformar-se na capital do império, Muitas delas de lutas e de resistência a diversos inimigos que remontavam aos Romanos que chegaram a estender os seus tentáculos, mas que posteriormente foram rechaçados bravamente.
Londres das tradições seculares, dos grandes crimes, da sua arquitetura característica e agora tudo aquilo ao seu alcance satisfazendo um sonho que durante muito tempo foi inimaginável.
De volta ao seu hotel, já no seu quarto, banhou-se e optou por tomar a sua refeição nos próprios aposentos. Apesar de toda a sua euforia, o cansaço era grande e a necessidade de repouso acabou prevalecendo. Já confortavelmente deitado, votou à sua realidade, pois não poderia se esquecer o real motivo pelo qual estava ali. A sua cruzada na perseguição do abjeto senador era de suma importância e localizá-lo era uma tarefa que sabia, não seria das mais fáceis, afinal estava no encalço de um rico e desonesto político de seu país e portanto, uma figura ladina e difícil de ser agarrada.
Aliás, a ideia de pertencer a um país que se tornara mundialmente conhecido por sua classe política descaradamente desonesta e impune, lhe traria alguns contratempos, pois a simples menção de sua origem, resultava na dificuldade de comunicação com as pessoas que preferiam se afastar, como se fugia da peste negra.
Na manhã seguinte, acordara bem cedo. Após a sua higiene pessoal, deixou o hotel renovado em seu ânimo e na sua condição física. optara por tomar o seus desjejum fora do local de sua hospedagem. Saiu sem rumo e ao mesmo tempo que passeava, procurava por um local apropriado para a sua refeição matinal. Depois de muito caminhar, desembarcou em Charing Cross, no distrito de Westminster, na verdade o marco zero oficial da cidade.
Meio perdido caminhou a esmo até que acabou se vendo numa pequena rua. Essa era calma e soberbamente ornada por arbustos de flamboyant dos dois lados. Num deles eram da cor amarela e do outro, na cor vermelha. Esse contraste dava um colorido e um encanto todo especial ao
local. Por alguns minutos ficou parado embevecido com o espetáculo que era apresentado para o deleite dos seus olhos, a ponto de momentaneamente, esquecer porque estava ali e o que procurava.
Depois de algum tempo, retomou a sua procura, sem a menor ideia se conseguiria encontrar o que procurava, um local para o seu desjejum. O seu estômago já fazia as primeiras cobranças emitindo um ruído típico. Continuou caminhando num ritmo meio indeciso, sem ter noção do rumo que deveria seguir. Foi nesse momento num trecho próximo, que avistou algo que lhe pareceu ao mesmo tempo insólito e descabido. Uma faixa de pedestres pintada na calçada!
No seu país tal faixa ficava na rua e era destinada como o seu próprio nome dizia, para a travessia de pedestres. Chegando bem próximo e com um ar de deboche, olhou atentamente para aquele curioso engano. Percorreu desde o meio fio indo na direção da parede e para a sua surpresa e depois acabaria entendendo o porque daquilo, se deparou com um restaurante cujo nome era "Abbey Road".
O estabelecimento tinha cerca de uns dez metros de fachada, portas de madeira em arco e da metade para cima, vidros jateados, de tal forma que não se via o seu interior. Ao abrir a porta, soou uma sineta num timbre agradável e sonoro, provocando os olhares curiosos e dissimulados dos presentes, fazendo com que ele se sentisse ligeiramente desconfortável. Percorreu com olhos atentos o ambiente e gostou de tudo o que viu...
LC OLIV
Parecia um sonho, mas aquilo era na verdade, uma parte muito emblemática de uma das cidades mais misteriosas do mundo. Palco de histórias impressionantes desde a sua formação até transformar-se na capital do império, Muitas delas de lutas e de resistência a diversos inimigos que remontavam aos Romanos que chegaram a estender os seus tentáculos, mas que posteriormente foram rechaçados bravamente.
Londres das tradições seculares, dos grandes crimes, da sua arquitetura característica e agora tudo aquilo ao seu alcance satisfazendo um sonho que durante muito tempo foi inimaginável.
De volta ao seu hotel, já no seu quarto, banhou-se e optou por tomar a sua refeição nos próprios aposentos. Apesar de toda a sua euforia, o cansaço era grande e a necessidade de repouso acabou prevalecendo. Já confortavelmente deitado, votou à sua realidade, pois não poderia se esquecer o real motivo pelo qual estava ali. A sua cruzada na perseguição do abjeto senador era de suma importância e localizá-lo era uma tarefa que sabia, não seria das mais fáceis, afinal estava no encalço de um rico e desonesto político de seu país e portanto, uma figura ladina e difícil de ser agarrada.
Aliás, a ideia de pertencer a um país que se tornara mundialmente conhecido por sua classe política descaradamente desonesta e impune, lhe traria alguns contratempos, pois a simples menção de sua origem, resultava na dificuldade de comunicação com as pessoas que preferiam se afastar, como se fugia da peste negra.
Na manhã seguinte, acordara bem cedo. Após a sua higiene pessoal, deixou o hotel renovado em seu ânimo e na sua condição física. optara por tomar o seus desjejum fora do local de sua hospedagem. Saiu sem rumo e ao mesmo tempo que passeava, procurava por um local apropriado para a sua refeição matinal. Depois de muito caminhar, desembarcou em Charing Cross, no distrito de Westminster, na verdade o marco zero oficial da cidade.
Meio perdido caminhou a esmo até que acabou se vendo numa pequena rua. Essa era calma e soberbamente ornada por arbustos de flamboyant dos dois lados. Num deles eram da cor amarela e do outro, na cor vermelha. Esse contraste dava um colorido e um encanto todo especial ao
local. Por alguns minutos ficou parado embevecido com o espetáculo que era apresentado para o deleite dos seus olhos, a ponto de momentaneamente, esquecer porque estava ali e o que procurava.
Depois de algum tempo, retomou a sua procura, sem a menor ideia se conseguiria encontrar o que procurava, um local para o seu desjejum. O seu estômago já fazia as primeiras cobranças emitindo um ruído típico. Continuou caminhando num ritmo meio indeciso, sem ter noção do rumo que deveria seguir. Foi nesse momento num trecho próximo, que avistou algo que lhe pareceu ao mesmo tempo insólito e descabido. Uma faixa de pedestres pintada na calçada!
No seu país tal faixa ficava na rua e era destinada como o seu próprio nome dizia, para a travessia de pedestres. Chegando bem próximo e com um ar de deboche, olhou atentamente para aquele curioso engano. Percorreu desde o meio fio indo na direção da parede e para a sua surpresa e depois acabaria entendendo o porque daquilo, se deparou com um restaurante cujo nome era "Abbey Road".
O estabelecimento tinha cerca de uns dez metros de fachada, portas de madeira em arco e da metade para cima, vidros jateados, de tal forma que não se via o seu interior. Ao abrir a porta, soou uma sineta num timbre agradável e sonoro, provocando os olhares curiosos e dissimulados dos presentes, fazendo com que ele se sentisse ligeiramente desconfortável. Percorreu com olhos atentos o ambiente e gostou de tudo o que viu...
LC OLIV
terça-feira, 23 de abril de 2019
...os minutos que antecederam a decolagem foram para ele torturantes e intermináveis. Foi tomado de um grande sobressalto quando notou os primeiros movimentos da aeronave, taxiando e se alinhando para a arrancada em direção à cabeceira da pista para a decolagem. Embora estivesse no assento ao lado da janela e pudesse acompanhar tudo, sentiu um princípio de náusea quando o veículo começou a sua vertiginosa subida.
Cerrou os olhos e acompanhou tudo pelo tato e pelos sons. Pouco tempo tempo depois notou tudo calmo ao seu redor, foi quando vislumbrou ao abrir os olhos, uma aeromoça vindo em sua direção com um ar maternal e delicadamente soltar a sua mão do braço do assento. Estava de tal forma agarrado que era possível se ver o branco das suas articulações de tamanha pressão que exercia. Sentiu-se meio embaraçado quando percebeu que era motivo de olhares maliciosos e sorrisos sarcásticos de outros passageiros, que cochichavam entre si e referiam-se a ele com um misto de zombaria e desprezo.
Agora a sua desdita tinha horas de duração e não havia nenhuma outra alternativa a não ser esperar. Tentou a muito custo se controlar e agir como um veterano de vôos. Acabou se convencendo do fracasso nesse sentido. Tentou ler, mas a incapacidade para se controlar era grande. O mesmo se deu com a música e com os filmes.
Uma hora depois, passaram por uma zona de turbulência e no primeiro grande solavanco, levantou-se apavorado. olhou em volta com os olhos a ponto de saltarem das órbitas e para seu desaponto, notou que nenhum dos presentes demonstrou qualquer sinal de preocupação.
"Malditos veteranos", vociferou para si e envergonhado, sentou-se. Foi nesse momento que lembrou dos seus comprimidos tranquilizantes que trouxera para o caso de uma emergência e o momento era um desses. Com o auxílio de uma prestativa e delicadíssima comissária, conseguiu pegar a sua pequena valise no bagageiro acima de seu assento e chegar ao frasco de sua salvação. Engoliu uma cápsula azulada e quase engasgou tamanha volúpia com que ingeriu a água. Sentindo-se um pouco mais controlado, olhou no relógio e calculou quanto tempo seria necessário para que o socorro começasse a fazer o tão desejado efeito.
Ao cabo de arrastados minutos, começou a sentir as suas pálpebras pesarem. Após alguns bocejos, o relaxamento foi se manifestando. Conseguiu se ajeitar de forma confortável em sua até então insuportável poltrona e pouco depois, adormeceu serenamente..
A dosagem ingerida deveria fazê-lo adormecer por horas e foi o que para seu alívio, acabou acontecendo. Com a sensação de que mal adormecera, foi acordado pela mesma comissária pedindo para que colocasse o cinto de segurança, pois a aterrissagem se daria dentro de uns poucos minutos.
Agora se iniciava a fase final do seu terror, pois ainda não conseguia saber o que era pior. A decolagem ou a aterrissagem. Com a nítida sensação de que estavam despencando, não teve dúvidas, descer era um tormento pior. Quando finalmente a aeronave tocou o solo, foi tomado por novo temor. Aquela geringonça com a velocidade que estava, dispunha de espaço suficiente para parar com segurança? o tempo que sucedeu pareceu interminável, mas finalmente tudo terminou bem.
Sentia dores pelo corpo em função da tensão, mas o alívio era tão grande que parecia uma criança de tão feliz que se sentia. Sorria para todos como se estivesse sobrevivido a uma escabrosa aventura.
Ao descer os primeiros degraus, foi recebido por uma lufada de vento fresco, indicando que o outono não tardaria muito a chegar. Finalmente Londres, a "City" dos grandes mistérios, das lendas medievais e principalmente, palco das célebres investigações do filho mais notório da great lady do
crime.
Após se instalar no hotel que havia reservado, decidiu que faria um pequeno tour pelos bairros misteriosos e emblemáticos que sempre sonhara em conhecer e que finalmente seriam parte da sua realidade, certamente lembranças que carregaria prazerosamente por toda a sua existência...
LC OLIV
Cerrou os olhos e acompanhou tudo pelo tato e pelos sons. Pouco tempo tempo depois notou tudo calmo ao seu redor, foi quando vislumbrou ao abrir os olhos, uma aeromoça vindo em sua direção com um ar maternal e delicadamente soltar a sua mão do braço do assento. Estava de tal forma agarrado que era possível se ver o branco das suas articulações de tamanha pressão que exercia. Sentiu-se meio embaraçado quando percebeu que era motivo de olhares maliciosos e sorrisos sarcásticos de outros passageiros, que cochichavam entre si e referiam-se a ele com um misto de zombaria e desprezo.
Agora a sua desdita tinha horas de duração e não havia nenhuma outra alternativa a não ser esperar. Tentou a muito custo se controlar e agir como um veterano de vôos. Acabou se convencendo do fracasso nesse sentido. Tentou ler, mas a incapacidade para se controlar era grande. O mesmo se deu com a música e com os filmes.
Uma hora depois, passaram por uma zona de turbulência e no primeiro grande solavanco, levantou-se apavorado. olhou em volta com os olhos a ponto de saltarem das órbitas e para seu desaponto, notou que nenhum dos presentes demonstrou qualquer sinal de preocupação.
"Malditos veteranos", vociferou para si e envergonhado, sentou-se. Foi nesse momento que lembrou dos seus comprimidos tranquilizantes que trouxera para o caso de uma emergência e o momento era um desses. Com o auxílio de uma prestativa e delicadíssima comissária, conseguiu pegar a sua pequena valise no bagageiro acima de seu assento e chegar ao frasco de sua salvação. Engoliu uma cápsula azulada e quase engasgou tamanha volúpia com que ingeriu a água. Sentindo-se um pouco mais controlado, olhou no relógio e calculou quanto tempo seria necessário para que o socorro começasse a fazer o tão desejado efeito.
Ao cabo de arrastados minutos, começou a sentir as suas pálpebras pesarem. Após alguns bocejos, o relaxamento foi se manifestando. Conseguiu se ajeitar de forma confortável em sua até então insuportável poltrona e pouco depois, adormeceu serenamente..
A dosagem ingerida deveria fazê-lo adormecer por horas e foi o que para seu alívio, acabou acontecendo. Com a sensação de que mal adormecera, foi acordado pela mesma comissária pedindo para que colocasse o cinto de segurança, pois a aterrissagem se daria dentro de uns poucos minutos.
Agora se iniciava a fase final do seu terror, pois ainda não conseguia saber o que era pior. A decolagem ou a aterrissagem. Com a nítida sensação de que estavam despencando, não teve dúvidas, descer era um tormento pior. Quando finalmente a aeronave tocou o solo, foi tomado por novo temor. Aquela geringonça com a velocidade que estava, dispunha de espaço suficiente para parar com segurança? o tempo que sucedeu pareceu interminável, mas finalmente tudo terminou bem.
Sentia dores pelo corpo em função da tensão, mas o alívio era tão grande que parecia uma criança de tão feliz que se sentia. Sorria para todos como se estivesse sobrevivido a uma escabrosa aventura.
Ao descer os primeiros degraus, foi recebido por uma lufada de vento fresco, indicando que o outono não tardaria muito a chegar. Finalmente Londres, a "City" dos grandes mistérios, das lendas medievais e principalmente, palco das célebres investigações do filho mais notório da great lady do
crime.
Após se instalar no hotel que havia reservado, decidiu que faria um pequeno tour pelos bairros misteriosos e emblemáticos que sempre sonhara em conhecer e que finalmente seriam parte da sua realidade, certamente lembranças que carregaria prazerosamente por toda a sua existência...
LC OLIV
sexta-feira, 8 de março de 2019
... Acordou cedo mesmo não tendo uma noite das mais repousantes. Ainda assim, se sentia revigorado não só pelo reencontro com os seus amigos do centro velho da cidade, como pelos déjà vu que experimentou na subida para casa. Ainda na noite anterior, em sua última parada em frente de onde tinha sido um dia a casa de sua avó materna, foi talvez o momento mais forte para ele.
Em um curto espaço de tempo, experimentou uma série enorme de lembranças e sensações. Ali ainda na calçada, se viu sentado no parapeito largo da janela do quarto da frente, onde ficava sentado nos finais de tarde, esperando pelo retorno de sua mãe. Nessa época o seu pai ainda continuava no seu exílio interno, onde ninguém sabia do seu paradeiro, nem mesmo a sua mãe.
O que motivou tudo aquilo foi tinha sido as posições e atitudes políticas. Naqueles dias do ano de 1957, sequer tinha consciência dos fatos, mas com o passar dos anos foi conhecendo e descobrindo tudo que cercava as ações de seu pai, não somente como jornalista, mas como ativista político e como pessoa. Essas descobertas o encheram de orgulho e com toda certeza, hoje eram a fonte inspiradora maior de sua cruzada no sentido de combater toda sorte de injustiças.
As horas que se seguiram foram para checar todos os preparativos para a sua grande viagem. Nada poderia ser esquecido ou negligenciado. Os cuidados com os documentos levantados já tinham sido tomados. Telefonou para as pessoas com as quais tinha deixados as cópias eletrônicas de todos os dossiês, verificou pela centésima vez a bagagem, reinventariou tudo o que levaria, desde os objetos de higiene pessoal até as medicações que tomava costumeiramente, sem mencionar alguns dos comprimidos mágicos que guardaria como o seu maior tesouro pessoal.
As suas andanças pela casa lembravam uma pata choca. Trombava em tudo, falava baixinho, repetia as coisas, como se estivesse num transe hipnótico.
Já com toda a a bagagem pronta, aos trancos e tropeções, saiu de casa. Ainda no portão, voltou e verificou mais uma vez se estava tudo certo. A sensação de que estava esquecendo de algo ainda persistia e ele tinha certeza embora não conseguisse se lembrar de que se daria conta quando não desse mais pra voltar, era sempre assim. Nesses momentos ele tinha a convicção que a tal Lei de Murphy, tinha sido criada tendo ele como inspiração.
Atravessou a rua aos trambolhões de tanta bagagem, quase foi atropelado, mas felizmente conseguiu alcançar vivo o outro lado e caminhando cerca de mais uns vinte metros chegou à padaria, onde pretendia tomar um café e esperar pelo taxi que o levaria até o aeroporto. Apesar de estar muito adiantado, a todo instante checava as horas no celular e não contendo-se, ligou mais uma vez para o amigo que o levaria. Este com uma infinita paciência tentava tranquilizá-lo lembrando que ainda dispunha de muito tempo para o horário marcado.
Algum tempo depois, divisou o carro do amigo chegando e se sentiu um pouco mais aliviado, muito embora a agitação estivesse longe de diminuir. Tomou mais um café, não sem antes derrubar um pouco no peito deixando uma mancha enorme na roupa, se bem que nele aquilo era quase que rotineiro. Com o auxílio do amigo colocou todos os pertences no carro e finalmente seguiram para o aeroporto.
O trajeto foi outro martírio. A todo instante paravam em virtude de engarrafamentos e aquilo foi assim até chegarem ao outro lado da cidade. A espera pelo embarque ainda duraria "algumas eternidades" e naqueles momentos experimentou duas sensações fortíssimas e antagônicas.
A vontade de que a espera fosse curta, ao mesmo tempo lembrava do pavor que iria passar após o embarque. A fobia de voar, de espaços confinados. As mãos estavam suadas e sendo brutalmente retorcidas. Não conseguindo se controlar, se dirigiu à lanchonete e optou por mais um café.
Após adoçar o conteúdo, deu um longo gole para o seu infortúnio. A bebida parecia conter todas as labaredas do inferno. Num único instante conseguiu queimar, lábios, língua, palato e por reflexo acabou engolindo a lava disfarçada de café. A descida não foi menos torturante, foi queimando tudo até chegar ao estômago. Com os olhos turvos e injetados, tentava abocanhar um pouco de ar fresco, chegou a cogitar de um gole de água gelada, mas desistiu ao ver as garçonetes num canto rindo e lançando olhares maliciosos e de escárnio em sua direção
Finalmente o momento tão esperado . Vislumbrou o avião manobrando na pista e estacionando. Logo em seguida, a porta de embarque se abrindo e a escada de acesso sendo acoplada. pouco depois, surgiu a figura de uma esbelta aeromoça que recepcionaria os passageiros.
Com a sensação de que tinha um vulcão no estômago pronto para entrar em erupção e com a bagagem de mão que se resumia a uma pequena valise, rumou em direção àquele monstrengo horripilante e dentro do qual passarias horas intermináveis.
Subiu as escadas num passo vacilante, quase não notou a gentileza com que fora recebido pela moça. Estabanadamente entrou no avião e acabou encontrando o seu assento com alguma facilidade. Para sua sorte a sua poltrona era na janela o que de alguma forma minimizaria o seu horror a lugares confinados.
Pouco tempo depois com todos os passageiros já acomodados, ouviu com sobressalto o ronco surdo das turbinas, À medida que a aeronave se deslocava, a sua apreensão aumentava. A sua respiração se tornou um pouco mais ofegante quando no final da pista o veículo girou para em seguida acelerar para decolar. No momento que o bólido deixou o chão, as suas mãos crispadas apertavam com muita força o braço da poltrona, sentiu um leve enjôo e com dificuldade se controlou.
Agora nada mais poderia ser feito e numa tentativa de se acalmar, lembrou para onde estava indo, afinal Londres valia qualquer tipo de sacrifício, principalmente para ele que a associava a toda sorte de mistérios e histórias recheadas de encantamentos, sem esquecer que lá morava o célebre e mundialmente notório detetive belga, o mestre das mais brilhantes celulazinhas cinzentas...
LC OLIV
Em um curto espaço de tempo, experimentou uma série enorme de lembranças e sensações. Ali ainda na calçada, se viu sentado no parapeito largo da janela do quarto da frente, onde ficava sentado nos finais de tarde, esperando pelo retorno de sua mãe. Nessa época o seu pai ainda continuava no seu exílio interno, onde ninguém sabia do seu paradeiro, nem mesmo a sua mãe.
O que motivou tudo aquilo foi tinha sido as posições e atitudes políticas. Naqueles dias do ano de 1957, sequer tinha consciência dos fatos, mas com o passar dos anos foi conhecendo e descobrindo tudo que cercava as ações de seu pai, não somente como jornalista, mas como ativista político e como pessoa. Essas descobertas o encheram de orgulho e com toda certeza, hoje eram a fonte inspiradora maior de sua cruzada no sentido de combater toda sorte de injustiças.
As horas que se seguiram foram para checar todos os preparativos para a sua grande viagem. Nada poderia ser esquecido ou negligenciado. Os cuidados com os documentos levantados já tinham sido tomados. Telefonou para as pessoas com as quais tinha deixados as cópias eletrônicas de todos os dossiês, verificou pela centésima vez a bagagem, reinventariou tudo o que levaria, desde os objetos de higiene pessoal até as medicações que tomava costumeiramente, sem mencionar alguns dos comprimidos mágicos que guardaria como o seu maior tesouro pessoal.
As suas andanças pela casa lembravam uma pata choca. Trombava em tudo, falava baixinho, repetia as coisas, como se estivesse num transe hipnótico.
Já com toda a a bagagem pronta, aos trancos e tropeções, saiu de casa. Ainda no portão, voltou e verificou mais uma vez se estava tudo certo. A sensação de que estava esquecendo de algo ainda persistia e ele tinha certeza embora não conseguisse se lembrar de que se daria conta quando não desse mais pra voltar, era sempre assim. Nesses momentos ele tinha a convicção que a tal Lei de Murphy, tinha sido criada tendo ele como inspiração.
Atravessou a rua aos trambolhões de tanta bagagem, quase foi atropelado, mas felizmente conseguiu alcançar vivo o outro lado e caminhando cerca de mais uns vinte metros chegou à padaria, onde pretendia tomar um café e esperar pelo taxi que o levaria até o aeroporto. Apesar de estar muito adiantado, a todo instante checava as horas no celular e não contendo-se, ligou mais uma vez para o amigo que o levaria. Este com uma infinita paciência tentava tranquilizá-lo lembrando que ainda dispunha de muito tempo para o horário marcado.
Algum tempo depois, divisou o carro do amigo chegando e se sentiu um pouco mais aliviado, muito embora a agitação estivesse longe de diminuir. Tomou mais um café, não sem antes derrubar um pouco no peito deixando uma mancha enorme na roupa, se bem que nele aquilo era quase que rotineiro. Com o auxílio do amigo colocou todos os pertences no carro e finalmente seguiram para o aeroporto.
O trajeto foi outro martírio. A todo instante paravam em virtude de engarrafamentos e aquilo foi assim até chegarem ao outro lado da cidade. A espera pelo embarque ainda duraria "algumas eternidades" e naqueles momentos experimentou duas sensações fortíssimas e antagônicas.
A vontade de que a espera fosse curta, ao mesmo tempo lembrava do pavor que iria passar após o embarque. A fobia de voar, de espaços confinados. As mãos estavam suadas e sendo brutalmente retorcidas. Não conseguindo se controlar, se dirigiu à lanchonete e optou por mais um café.
Após adoçar o conteúdo, deu um longo gole para o seu infortúnio. A bebida parecia conter todas as labaredas do inferno. Num único instante conseguiu queimar, lábios, língua, palato e por reflexo acabou engolindo a lava disfarçada de café. A descida não foi menos torturante, foi queimando tudo até chegar ao estômago. Com os olhos turvos e injetados, tentava abocanhar um pouco de ar fresco, chegou a cogitar de um gole de água gelada, mas desistiu ao ver as garçonetes num canto rindo e lançando olhares maliciosos e de escárnio em sua direção
Finalmente o momento tão esperado . Vislumbrou o avião manobrando na pista e estacionando. Logo em seguida, a porta de embarque se abrindo e a escada de acesso sendo acoplada. pouco depois, surgiu a figura de uma esbelta aeromoça que recepcionaria os passageiros.
Com a sensação de que tinha um vulcão no estômago pronto para entrar em erupção e com a bagagem de mão que se resumia a uma pequena valise, rumou em direção àquele monstrengo horripilante e dentro do qual passarias horas intermináveis.
Subiu as escadas num passo vacilante, quase não notou a gentileza com que fora recebido pela moça. Estabanadamente entrou no avião e acabou encontrando o seu assento com alguma facilidade. Para sua sorte a sua poltrona era na janela o que de alguma forma minimizaria o seu horror a lugares confinados.
Pouco tempo depois com todos os passageiros já acomodados, ouviu com sobressalto o ronco surdo das turbinas, À medida que a aeronave se deslocava, a sua apreensão aumentava. A sua respiração se tornou um pouco mais ofegante quando no final da pista o veículo girou para em seguida acelerar para decolar. No momento que o bólido deixou o chão, as suas mãos crispadas apertavam com muita força o braço da poltrona, sentiu um leve enjôo e com dificuldade se controlou.
Agora nada mais poderia ser feito e numa tentativa de se acalmar, lembrou para onde estava indo, afinal Londres valia qualquer tipo de sacrifício, principalmente para ele que a associava a toda sorte de mistérios e histórias recheadas de encantamentos, sem esquecer que lá morava o célebre e mundialmente notório detetive belga, o mestre das mais brilhantes celulazinhas cinzentas...
LC OLIV
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
...os dias que antecederam o seu embarque foram muito intensos, quase febris. Cuidadosamente checava todos os preparativos para empreender a viagem dos seus sonhos. Para ele Londres era uma cidade revestida de grandes mistérios e muitas histórias. Tivera o cuidado de registrar todos os documentos num cartório e deixara vários pen drives com pessoas cuidadosamente escolhidas, para no caso de algum infortúnio o colher durante a sua estada fora do país, que pudessem ser encaminhados às autoridades do ministério público e para algumas pessoas previamente selecionadas junto aos órgãos de imprensa para a sua devida publicação, a fim de dar projeção às suas denúncias.
Sentia-se muito excitado, mas ao mesmo tempo fortalecido em suas convicções. Todavia, a necessidade de repouso era vital e mais uma vez estava tendo dificuldades para conciliar o sono. Depois de muito relutar, acabou ingerindo um daqueles "comprimidos kafkanianos" e os resultados não demoraram muito em se manifestar, muito embora tivesse aprendido com os colegas da Liga, a internalização de intenções que o permitiam escolher a época de suas viagens, acabou optando pelo tempo atual. Reencontrar os amigos que fizera no centro velho, e que de alguma forma foram os responsáveis por tudo que estava acontecendo, acabou prevalecendo em seu íntimo.
Cerca de 10 minutos após a ingestão da medicação, literalmente apagou, dando início àquele processo que já conhecia. Primeiro a transformação da matéria em algo semelhante a um ectoplasma, seguindo o mergulho naquele agitadíssimo turbilhão culminando com a aterrissagem de forma ruidosa e meio grotesca no meio de uma calçada qualquer, sem saber ao certo onde.
Após a sua chegada lembrando a vinheta de abertura de uma comédia inglesa, levantou-se limpando-se e em seguida a tentativa de se localizar, embora já intuísse sobre o seu paradeiro. Confirmando as suas suspeitas, o forte odor de urina acabou por dar-lhe a certeza de onde estava. Caminhou sem rumo ainda tentando se adaptar ao novo ambiente. Há algum tempo que não vinha para essas banda e para sua satisfação, não demorou muito e foi reconhecido por alguns moradores locais que ainda se lembravam dos tempos das suas visitas diárias.
O reencontro acabou sendo muito agradável e até mesmo um pouco festivo. Pouco a pouco as pessoas foram chegando e alegremente confraternizando. Algumas demonstravam saber de tudo o que estava acontecendo e de suas investigações. De uma certa forma ele acabara se tornando o herói daqueles desvalidos que já não tinham há muito tempo algo em que acreditar ou se apoiar. A ideia de ter alguém que se importasse com eles, mesmo que isso não implicasse numa mudança nas suas condições de vida, era muito importante e foi nesse momento que se convenceu o quanto o afeto e um gesto de carinho por mais simples que pudesse ser, como era gigantesco para eles.
Aquela constatação acabou por fortalecer em seu íntimo a necessidade de seguir adiante com todas as suas forças. Faria isso também por eles a quem chamou um dia de o "estranho povo das calçadas". Continuaria sim em sua cruzada e reassumiu de forma silenciosa e não menos solene o seu compromisso com aqueles "amigos". A confraternização seguiu noite a dentro, não demorou muito e o número deles tinha crescido muito a ponto de chamar a atenção das patrulhas que começaram a circular por perto a fim de se inteirarem do que estava acontecendo.
Era uma noite fria e acabou sendo convidado a se acercar de uma fogueira improvisada num enorme latão onde as pessoas se aqueciam. A sua chegada foi recepcionada com uma rodada de aguardente que corria de mãos em mãos num pequeno frasco de plástico. Acabou brindando e com algum esforço se controlou para suportar a descida fumegante do líquido. A conversa estava muito animada e seguiu noite adentro.
Já no meio da madrugada e com todos mais calmos, alguns anestesiados pela bebida, pouco a pouco a festiva reunião foi se dissipando, com alguns procurando por seus cantos de repouso, alguns com caixas de papelão, outros de pedaços de cobertores sempre com a proteção de alguma marquise para mais uma noite daquela infeliz existência. Mesmo assim, ainda podia ver alguns sorrisos e toques de satisfação, aquilo produziu em seu íntimo uma desconfortável fisgada. Talvez uma cobrança a que todos deveriam estar suscetíveis de sentir.
Retornou a pé, pois àquela hora já não existia nenhum transporte funcionando. No caminho experimentou vários momentos de flash back. Passou pela rua onde um dia o seu pai tivera um jornal. Como que num déjà vu, voltou quase cinco décadas e relembrou daquela fase de sua vida. Mais acima no seu trajeto, desviou-se e acabou passando em frente ao antigo colégio onde estudara durante um ano, mais acima o hospital onde nascera e poucas quadras depois, a igreja onde fora batizado. Seguindo em frente, mais uma vez se desviou para passar em frente à casa de sua avó materna, uma das criaturas mais lindas e doces que tivera a sorte de conhecer em sua vida.
Embora tranquilo, estava emocionado por reviver tantas lembranças. Já na parte final do trajeto e ainda com aqueles breves flashes de deja vu, lembrou do antigo cinema que frequentava nas tardes de domingo ao passar em frente ao supermercado dos dias atuais. Sem que se desse conta acabou chegando em casa.
As experiências vividas naquela noite reforçaram e ressaltaram em seu íntimo, a importância de sua cruzada e a necessidade premente de chegar às últimas consequências em suas investidas. Não faria isso somente por ele, mas principalmente por seu amigos do centro velho da cidade. Eles mais que ninguém, eram o retrato do descalabro no qual o país estava mergulhado e já era mais que tempo de se tomar medidas para mudar esse trágico trajeto...
LC OLIV
Sentia-se muito excitado, mas ao mesmo tempo fortalecido em suas convicções. Todavia, a necessidade de repouso era vital e mais uma vez estava tendo dificuldades para conciliar o sono. Depois de muito relutar, acabou ingerindo um daqueles "comprimidos kafkanianos" e os resultados não demoraram muito em se manifestar, muito embora tivesse aprendido com os colegas da Liga, a internalização de intenções que o permitiam escolher a época de suas viagens, acabou optando pelo tempo atual. Reencontrar os amigos que fizera no centro velho, e que de alguma forma foram os responsáveis por tudo que estava acontecendo, acabou prevalecendo em seu íntimo.
Cerca de 10 minutos após a ingestão da medicação, literalmente apagou, dando início àquele processo que já conhecia. Primeiro a transformação da matéria em algo semelhante a um ectoplasma, seguindo o mergulho naquele agitadíssimo turbilhão culminando com a aterrissagem de forma ruidosa e meio grotesca no meio de uma calçada qualquer, sem saber ao certo onde.
Após a sua chegada lembrando a vinheta de abertura de uma comédia inglesa, levantou-se limpando-se e em seguida a tentativa de se localizar, embora já intuísse sobre o seu paradeiro. Confirmando as suas suspeitas, o forte odor de urina acabou por dar-lhe a certeza de onde estava. Caminhou sem rumo ainda tentando se adaptar ao novo ambiente. Há algum tempo que não vinha para essas banda e para sua satisfação, não demorou muito e foi reconhecido por alguns moradores locais que ainda se lembravam dos tempos das suas visitas diárias.
O reencontro acabou sendo muito agradável e até mesmo um pouco festivo. Pouco a pouco as pessoas foram chegando e alegremente confraternizando. Algumas demonstravam saber de tudo o que estava acontecendo e de suas investigações. De uma certa forma ele acabara se tornando o herói daqueles desvalidos que já não tinham há muito tempo algo em que acreditar ou se apoiar. A ideia de ter alguém que se importasse com eles, mesmo que isso não implicasse numa mudança nas suas condições de vida, era muito importante e foi nesse momento que se convenceu o quanto o afeto e um gesto de carinho por mais simples que pudesse ser, como era gigantesco para eles.
Aquela constatação acabou por fortalecer em seu íntimo a necessidade de seguir adiante com todas as suas forças. Faria isso também por eles a quem chamou um dia de o "estranho povo das calçadas". Continuaria sim em sua cruzada e reassumiu de forma silenciosa e não menos solene o seu compromisso com aqueles "amigos". A confraternização seguiu noite a dentro, não demorou muito e o número deles tinha crescido muito a ponto de chamar a atenção das patrulhas que começaram a circular por perto a fim de se inteirarem do que estava acontecendo.
Era uma noite fria e acabou sendo convidado a se acercar de uma fogueira improvisada num enorme latão onde as pessoas se aqueciam. A sua chegada foi recepcionada com uma rodada de aguardente que corria de mãos em mãos num pequeno frasco de plástico. Acabou brindando e com algum esforço se controlou para suportar a descida fumegante do líquido. A conversa estava muito animada e seguiu noite adentro.
Já no meio da madrugada e com todos mais calmos, alguns anestesiados pela bebida, pouco a pouco a festiva reunião foi se dissipando, com alguns procurando por seus cantos de repouso, alguns com caixas de papelão, outros de pedaços de cobertores sempre com a proteção de alguma marquise para mais uma noite daquela infeliz existência. Mesmo assim, ainda podia ver alguns sorrisos e toques de satisfação, aquilo produziu em seu íntimo uma desconfortável fisgada. Talvez uma cobrança a que todos deveriam estar suscetíveis de sentir.
Retornou a pé, pois àquela hora já não existia nenhum transporte funcionando. No caminho experimentou vários momentos de flash back. Passou pela rua onde um dia o seu pai tivera um jornal. Como que num déjà vu, voltou quase cinco décadas e relembrou daquela fase de sua vida. Mais acima no seu trajeto, desviou-se e acabou passando em frente ao antigo colégio onde estudara durante um ano, mais acima o hospital onde nascera e poucas quadras depois, a igreja onde fora batizado. Seguindo em frente, mais uma vez se desviou para passar em frente à casa de sua avó materna, uma das criaturas mais lindas e doces que tivera a sorte de conhecer em sua vida.
Embora tranquilo, estava emocionado por reviver tantas lembranças. Já na parte final do trajeto e ainda com aqueles breves flashes de deja vu, lembrou do antigo cinema que frequentava nas tardes de domingo ao passar em frente ao supermercado dos dias atuais. Sem que se desse conta acabou chegando em casa.
As experiências vividas naquela noite reforçaram e ressaltaram em seu íntimo, a importância de sua cruzada e a necessidade premente de chegar às últimas consequências em suas investidas. Não faria isso somente por ele, mas principalmente por seu amigos do centro velho da cidade. Eles mais que ninguém, eram o retrato do descalabro no qual o país estava mergulhado e já era mais que tempo de se tomar medidas para mudar esse trágico trajeto...
LC OLIV
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
... Apesar de ainda se sentir tomado de um profundo pânico ao pensar numa nova viagem de avião, sabia que não tinha outra alternativa. As suas investigações e a importância de interceptar o sinistro senador, eram objetivos muito acima de qualquer fobia.
Naquela semana além de se preocupar com os preparativos, teve que trabalhar redobradamente na parte documental de suas investigações. Ainda no seu indefectível quarto, enquanto separava os documentos que comporiam um futuro dossiê, tinha flashes de lembranças dos momentos que cercaram a aquisição de cada um deles. A apreensão das noites em que fora vigiado, seguido e quem sabe quase interceptado por pessoas contrárias às suas intenções.
Nos próximos dias teria que passar por aquela chatice de colher o visto no consulado, ,momento em que de alguma forma se sentiria ofendido e porque não dizer, humilhado pelas "autoridades consulares". Era um interrogatório interminável, onde ficava com a nítida impressão que estavam para liberar a ida de um intruso indesejável para o seu país. Voltou para casa com esse pensamento e irritado falava sozinho no caminho como que querendo lembrar que por aqui contávamos com um grande número de estrangeiros e que estes, na sua grande maioria das vezes, aqui chegavam fugidos de guerras, ou de situações de dificuldades na sobrevivência nos seus locais de nascimento. Um claro exemplo disso, foi a devastação de boa parte da Europa no último conflito mundial, o que culminou com um grande fluxo de imigrantes para os chamados países do terceiro mundo e que aqui foram fraternalmente recebidos. Aliás, uma característica que perdura até os dias atuais.
Usando de todos os recursos que dispunha, inclusive os eletrônicos, tentou conhecer um pouco mais de Londres. Finalmente iria conhecer um dos lugares mais fascinantes na sua opinião, principalmente porque era um dos mais perfeitos palcos de toda sorte de histórias, notadamente as de crimes, magistralmente retratados pela great lady Agatha Christie. Guerras medievais, disputas de tronos, a eterna rivalidade entre a Inglaterra e a França, sem contar o personagem mundialmente conhecido por Robin Hood em sua luta em favor dos desvalidos.
Valendo-se de todas essas referências, não poderia se sentir menos eufórico com a ideia de passar algum tempo na mesma cidade onde viveu todas as emoções da grande maioria dos casos do célebre e inigualável detetive belga Hercule Poirot, assistido pelo Capitão Hastings e Miss Lemon.
Deixando os seus devaneios de lado, concentrou-se nos preparativos, já que tinha muita coisa anda para preparar, como roupas, artigos de asseio pessoal, documentos e o indispensável dinheiro. Detestava ter que lidar com esse tipo de gente que, para ele todos tinham cara de agiotas, mas mesmo assim o fez com muita dificuldade. As passagens já tinham sido compradas, tendo o cuidado de deixar em aberto a data do retorno, embora esperasse resolver o mais breve possível a sua missão, até porque esperava desfrutar de alguns dias como um mero turista e assim realizar o seu grande sonho.
As noites voltaram a ser mal dormidas. Chegou a cogitar novamente os remédios relaxantes, os verdadeiros responsáveis por tudo o que estava acontecendo atualmente. Foi ouvindo os conselhos dos amigos, que um dia procurara um médico na tentativa de ter noites de sono como qualquer ser humano normal.
Apesar de toda excitação, o contexto era outro o que de uma certa forma o fortaleciam em sua prontidão e perspicácia, algo de que iria precisar e muito...
LC OLIV
Nos próximos dias teria que passar por aquela chatice de colher o visto no consulado, ,momento em que de alguma forma se sentiria ofendido e porque não dizer, humilhado pelas "autoridades consulares". Era um interrogatório interminável, onde ficava com a nítida impressão que estavam para liberar a ida de um intruso indesejável para o seu país. Voltou para casa com esse pensamento e irritado falava sozinho no caminho como que querendo lembrar que por aqui contávamos com um grande número de estrangeiros e que estes, na sua grande maioria das vezes, aqui chegavam fugidos de guerras, ou de situações de dificuldades na sobrevivência nos seus locais de nascimento. Um claro exemplo disso, foi a devastação de boa parte da Europa no último conflito mundial, o que culminou com um grande fluxo de imigrantes para os chamados países do terceiro mundo e que aqui foram fraternalmente recebidos. Aliás, uma característica que perdura até os dias atuais.
Usando de todos os recursos que dispunha, inclusive os eletrônicos, tentou conhecer um pouco mais de Londres. Finalmente iria conhecer um dos lugares mais fascinantes na sua opinião, principalmente porque era um dos mais perfeitos palcos de toda sorte de histórias, notadamente as de crimes, magistralmente retratados pela great lady Agatha Christie. Guerras medievais, disputas de tronos, a eterna rivalidade entre a Inglaterra e a França, sem contar o personagem mundialmente conhecido por Robin Hood em sua luta em favor dos desvalidos.
Valendo-se de todas essas referências, não poderia se sentir menos eufórico com a ideia de passar algum tempo na mesma cidade onde viveu todas as emoções da grande maioria dos casos do célebre e inigualável detetive belga Hercule Poirot, assistido pelo Capitão Hastings e Miss Lemon.
Deixando os seus devaneios de lado, concentrou-se nos preparativos, já que tinha muita coisa anda para preparar, como roupas, artigos de asseio pessoal, documentos e o indispensável dinheiro. Detestava ter que lidar com esse tipo de gente que, para ele todos tinham cara de agiotas, mas mesmo assim o fez com muita dificuldade. As passagens já tinham sido compradas, tendo o cuidado de deixar em aberto a data do retorno, embora esperasse resolver o mais breve possível a sua missão, até porque esperava desfrutar de alguns dias como um mero turista e assim realizar o seu grande sonho.
As noites voltaram a ser mal dormidas. Chegou a cogitar novamente os remédios relaxantes, os verdadeiros responsáveis por tudo o que estava acontecendo atualmente. Foi ouvindo os conselhos dos amigos, que um dia procurara um médico na tentativa de ter noites de sono como qualquer ser humano normal.
Apesar de toda excitação, o contexto era outro o que de uma certa forma o fortaleciam em sua prontidão e perspicácia, algo de que iria precisar e muito...
LC OLIV
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
...com a notícia da viagem (fuga) do senador para Londres, o nosso "investigador" se viu forçado a acelerar a sua coleta e codificação de documentos resultantes de suas pesquisas.
Com o material devidamente catalogado, tratou de acelerar a sua ida para a Inglaterra, pois quanto antes chegasse às terras de sua majestade, melhor seria para manter-se no encalço daquele corrupto que se revestia de uma honestidade insuspeita e com toque religioso.
Não compraria as passagens antes de obter o visto no consulado e por pouco isso não se tornou um capítulo a parte, dada às dificuldades impostas pelas autoridades. Antes mesmo que o visto se tornasse uma novela, lembrou oportunamente que era membro da Liga e como tal, deveria desfrutar de algum privilégio, mesmo que fosse para a obtenção de um simples visto no seu passaporte.
Após uma semana de correrias burocráticas, acabou finalmente obtendo o seu salvo conduto. A procura pela melhor oferta de passagem aérea, foi relativamente fácil, já que era uma época do ano que eles consideravam de entressafra na movimentação turística.
Embarcaria dentro de uma semana, período em que trabalhou exaustivamente na preparação da viagem. Levaria o estritamente necessário, desde de objetos pessoais, até os documentos, principalmente porque tinha a intenção e não sabia como, de contar com a colaboração da Interpol e da Scotland Yard, a célebre e mundialmente conhecida polícia inglesa.
Com a parte material quase que toda arrumada, finalmente veio à tona o que seria o lado obscuro da viagem, o seu medo patológico de aviões. Apesar de ter sido recente a sua ida para Gotham City, ainda não se sentia totalmente confortável com a ideia de voar. Pensar em se sentir transportado por um monstrengo de várias toneladas a muito metros de altura, apesar de toda a lógica tecnológica, fazia com que sentisse uma ansiedade quase incontrolável.
À medida que os dias iam se sucedendo, a sua ansiedade foi aumentando a ponto de ter que tomar alguns medicamentos para controlar o seu estado alterado. Deitava tarde e mesmo assim, tinha uma enorme dificuldade para conciliar o sono. As malas estavam e todas prontas num canto do quarto e mesmo assim, levantava várias vezes checava se não tinha se esquecido de nenhum detalhe. Sabia que era algo desnecessário, mas mesmo assim era compelido a conferir tudo.
Nos derradeiros dias que antecederam o seu embarque, levantava durante a madrugada, vestia-se e saia para a rua numa tentativa de se acalmar e ajudar o tempo passar que insistia em ser torturantemente demorado. Nas suas andanças a esmo, imaginava como seria a cidade para onde iria. Conhecia Londres por fotos, filmes e reportagens, já que se tratava de uma das capitais mais cosmopolitas do mundo. Tinha uma grande fascinação pela cidade tão bem descrita pela "Rainha do Crime", mas essa era retratada nas décadas de 20, 30, 40, 50 se muito. Por conta disso e da mágica que a grande escritora descrevia de alguns pontos, era imprescindível que conhecesse os lendários bairros de Chelsea e do Soho. Ali lembrava-se claramente, muitos mistérios ocorreram nesses trechos obscuros da grande cidade.
A passagem por esses bairros, poderia servir de fonte inspiradora e quem sabe, a possibilidade de absorver um pouco daquela mística, aprimorando o seu lado detetivesco...
LC OLIV
Com o material devidamente catalogado, tratou de acelerar a sua ida para a Inglaterra, pois quanto antes chegasse às terras de sua majestade, melhor seria para manter-se no encalço daquele corrupto que se revestia de uma honestidade insuspeita e com toque religioso.
Não compraria as passagens antes de obter o visto no consulado e por pouco isso não se tornou um capítulo a parte, dada às dificuldades impostas pelas autoridades. Antes mesmo que o visto se tornasse uma novela, lembrou oportunamente que era membro da Liga e como tal, deveria desfrutar de algum privilégio, mesmo que fosse para a obtenção de um simples visto no seu passaporte.
Após uma semana de correrias burocráticas, acabou finalmente obtendo o seu salvo conduto. A procura pela melhor oferta de passagem aérea, foi relativamente fácil, já que era uma época do ano que eles consideravam de entressafra na movimentação turística.
Embarcaria dentro de uma semana, período em que trabalhou exaustivamente na preparação da viagem. Levaria o estritamente necessário, desde de objetos pessoais, até os documentos, principalmente porque tinha a intenção e não sabia como, de contar com a colaboração da Interpol e da Scotland Yard, a célebre e mundialmente conhecida polícia inglesa.
Com a parte material quase que toda arrumada, finalmente veio à tona o que seria o lado obscuro da viagem, o seu medo patológico de aviões. Apesar de ter sido recente a sua ida para Gotham City, ainda não se sentia totalmente confortável com a ideia de voar. Pensar em se sentir transportado por um monstrengo de várias toneladas a muito metros de altura, apesar de toda a lógica tecnológica, fazia com que sentisse uma ansiedade quase incontrolável.
À medida que os dias iam se sucedendo, a sua ansiedade foi aumentando a ponto de ter que tomar alguns medicamentos para controlar o seu estado alterado. Deitava tarde e mesmo assim, tinha uma enorme dificuldade para conciliar o sono. As malas estavam e todas prontas num canto do quarto e mesmo assim, levantava várias vezes checava se não tinha se esquecido de nenhum detalhe. Sabia que era algo desnecessário, mas mesmo assim era compelido a conferir tudo.
Nos derradeiros dias que antecederam o seu embarque, levantava durante a madrugada, vestia-se e saia para a rua numa tentativa de se acalmar e ajudar o tempo passar que insistia em ser torturantemente demorado. Nas suas andanças a esmo, imaginava como seria a cidade para onde iria. Conhecia Londres por fotos, filmes e reportagens, já que se tratava de uma das capitais mais cosmopolitas do mundo. Tinha uma grande fascinação pela cidade tão bem descrita pela "Rainha do Crime", mas essa era retratada nas décadas de 20, 30, 40, 50 se muito. Por conta disso e da mágica que a grande escritora descrevia de alguns pontos, era imprescindível que conhecesse os lendários bairros de Chelsea e do Soho. Ali lembrava-se claramente, muitos mistérios ocorreram nesses trechos obscuros da grande cidade.
A passagem por esses bairros, poderia servir de fonte inspiradora e quem sabe, a possibilidade de absorver um pouco daquela mística, aprimorando o seu lado detetivesco...
LC OLIV
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
... Apesar de uma noite de sono agitado e mal dormida, levantou-se cedo e excitado com os planos do dia. Resolveu tomar o seu desjejum na padaria próxima à sua casa.
Sentou-se na mesa habitual e enquanto era servido, entrou num quase transe, reordenando tudo o que vivera no dia anterior. Agora com a prova concreta de que corria riscos, tinha que agregar às suas investidas, um cuidado todo especial. O desafio também passava a ser além de driblar os seus espiões, não se tornar neurótico a ponto de achar que todo mundo o perseguia.
Em alguns momentos observou os clientes nas outras mesas e percebeu o quanto seria fácil se tornar refém dessa neurose. Chegou a acreditar que alguns tinham gestos estranhos e que o olhavam furtivamente. Com algum esforço procurou se controlar e terminada a sua refeição, saiu para a rua já com destino certo. Passaria por diversos endereços onde recolheria alguns documentos, que viriam a fazer parte do extenso dossiê que estava elaborando.
A manhã estava estranha, com o céu nublado e ventando forte, combinando muito com o clima de mistério daqueles dias. Antes de chegar à estação do metro, passou por uma estranha casa que já vinha observando por mera curiosidade.
Na parte da frente, uma árvore no mínimo curiosa pelo seu formato. Tinha cerca de uns cinco metros de altura, era um enorme tronco que se abria numa forquilha com dois grandes galhos, que por sua vez se ramificavam. Naquele momento por força dos ventos ela balançava parecendo um cilindro, tudo isso em movimentos cadenciados e graciosos, chegando a lembrar uma velha chinesa fazendo tai chi. Já na estação, dissimuladamente fez uma varredura no entorno e não percebendo nada de suspeito, desceu as escadas rolantes rumo à plataforma de embarque. Teve o cuidado de ficar num ponto que achou estratégico e que pudesse dali ver todos os que vinham descendo, tanto pelas escadas de alvenaria como pelas rolantes.
O dia foi intenso, passou por diversos lugares, falou com muitas pessoas. Em alguns colheu os documentos que precisava, em outros percebeu que não conseguiria nada, mas mesmo assim, o seu dossiê engordava a olhos vistos a cada dia. Era uma questão de muito pouco tempo e enfim teria reunido os documentos com as provas de todas as acusações que pretendia apresentar no ministério para formalizar a sua bombástica denúncia.
Apesar de estar fora do país numa missão oficial, o sinistro senador, vinha recebendo notícias detalhadas das investigações. Os relatórios indicavam que boa parte do esquema de corrupção do qual fazia parte como o grande mentor intelectual, estava sendo desvendado, ou pelo menos boa parte dele e que já se dispunha de material suficiente para uma denúncia.. Numa clara tentativa de abortar essas incômodas investidas por parte do nosso "herói", despachou ordens severas no sentido de interromper não importasse como, essas ações.
Alguns dias depois, notou um grande aglomerado de pessoas próximas à sua casa. Em meio ao tumulto e desviando-se dos curiosos, conseguiu chegar ao portão e pode ler o aviso ameaçador pintado com letras enormes e com tinta vermelha, "pare enquanto é tempo". Tinham se enganado com o número, mas a ideia de que estiveram tão perto, o deixou alarmado, talvez fosse o momento com o que já dispunha, de denunciar finalmente um grande criminoso de colarinho branco, o momento e o país clamavam por isso.
Na semana que se seguiu dedicou-se de forma frenética a ordenar tudo o que tinha coletado e agora era uma questão de muito pouco tempo para finalizar a sua grande cruzada.
Numa manhã tomando café na padaria, recebeu no seu celular uma mensagem em que lhe informavam que o sinistro senador temeroso pelo seu retorno ao Brasil, havia resolvido dar uma escapada para Londres, sem data prevista para o retorno, tudo dependendo, é claro, dos rumos que as coisas estavam tomando por aqui. Foi uma clara indicação de que as suas atividades estavam sendo vazadas, o que de uma certa forma não o surpreendeu, mais um motivo para acelerar os preparativos finais...
LC OLIV
Sentou-se na mesa habitual e enquanto era servido, entrou num quase transe, reordenando tudo o que vivera no dia anterior. Agora com a prova concreta de que corria riscos, tinha que agregar às suas investidas, um cuidado todo especial. O desafio também passava a ser além de driblar os seus espiões, não se tornar neurótico a ponto de achar que todo mundo o perseguia.
Em alguns momentos observou os clientes nas outras mesas e percebeu o quanto seria fácil se tornar refém dessa neurose. Chegou a acreditar que alguns tinham gestos estranhos e que o olhavam furtivamente. Com algum esforço procurou se controlar e terminada a sua refeição, saiu para a rua já com destino certo. Passaria por diversos endereços onde recolheria alguns documentos, que viriam a fazer parte do extenso dossiê que estava elaborando.
A manhã estava estranha, com o céu nublado e ventando forte, combinando muito com o clima de mistério daqueles dias. Antes de chegar à estação do metro, passou por uma estranha casa que já vinha observando por mera curiosidade.
Na parte da frente, uma árvore no mínimo curiosa pelo seu formato. Tinha cerca de uns cinco metros de altura, era um enorme tronco que se abria numa forquilha com dois grandes galhos, que por sua vez se ramificavam. Naquele momento por força dos ventos ela balançava parecendo um cilindro, tudo isso em movimentos cadenciados e graciosos, chegando a lembrar uma velha chinesa fazendo tai chi. Já na estação, dissimuladamente fez uma varredura no entorno e não percebendo nada de suspeito, desceu as escadas rolantes rumo à plataforma de embarque. Teve o cuidado de ficar num ponto que achou estratégico e que pudesse dali ver todos os que vinham descendo, tanto pelas escadas de alvenaria como pelas rolantes.
O dia foi intenso, passou por diversos lugares, falou com muitas pessoas. Em alguns colheu os documentos que precisava, em outros percebeu que não conseguiria nada, mas mesmo assim, o seu dossiê engordava a olhos vistos a cada dia. Era uma questão de muito pouco tempo e enfim teria reunido os documentos com as provas de todas as acusações que pretendia apresentar no ministério para formalizar a sua bombástica denúncia.
Apesar de estar fora do país numa missão oficial, o sinistro senador, vinha recebendo notícias detalhadas das investigações. Os relatórios indicavam que boa parte do esquema de corrupção do qual fazia parte como o grande mentor intelectual, estava sendo desvendado, ou pelo menos boa parte dele e que já se dispunha de material suficiente para uma denúncia.. Numa clara tentativa de abortar essas incômodas investidas por parte do nosso "herói", despachou ordens severas no sentido de interromper não importasse como, essas ações.
Alguns dias depois, notou um grande aglomerado de pessoas próximas à sua casa. Em meio ao tumulto e desviando-se dos curiosos, conseguiu chegar ao portão e pode ler o aviso ameaçador pintado com letras enormes e com tinta vermelha, "pare enquanto é tempo". Tinham se enganado com o número, mas a ideia de que estiveram tão perto, o deixou alarmado, talvez fosse o momento com o que já dispunha, de denunciar finalmente um grande criminoso de colarinho branco, o momento e o país clamavam por isso.
Na semana que se seguiu dedicou-se de forma frenética a ordenar tudo o que tinha coletado e agora era uma questão de muito pouco tempo para finalizar a sua grande cruzada.
Numa manhã tomando café na padaria, recebeu no seu celular uma mensagem em que lhe informavam que o sinistro senador temeroso pelo seu retorno ao Brasil, havia resolvido dar uma escapada para Londres, sem data prevista para o retorno, tudo dependendo, é claro, dos rumos que as coisas estavam tomando por aqui. Foi uma clara indicação de que as suas atividades estavam sendo vazadas, o que de uma certa forma não o surpreendeu, mais um motivo para acelerar os preparativos finais...
LC OLIV
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